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Senadora confronta relator da CPI do INSS: ‘É assim que trata mulher?’

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Senadora Eliziane Gama (PSD-MA) protagonizou uma discussão acalorada com o relator da CPI do INSS, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), durante a sessão desta quinta-feira. No momento em que o advogado Nelson Willians, investigado em operação da Polícia Federal por desvios no INSS, permaneceu em silêncio diante das perguntas de Gaspar, Eliziane interveio.

Ela questionou a paciência do deputado e manifestou a expectativa de que ele tivesse a mesma postura quando mulheres fossem convocadas para depor. Gaspar respondeu pedindo respeito, o que a senadora entendeu como uma ameaça.

— Não será intimidadora comigo, não. É assim que trata mulher? — questionou Eliziane.

O relator sugeriu que a intervenção da senadora poderia estar relacionada ao receio de que sua irmã, Elisvane Gama, superintendente federal da Pesca e Aquicultura do Maranhão, fosse convocada para depor na CPI. Há suspeitas sobre o aumento no número de pescadores registrados no Maranhão, o que poderia justificar uma convocação, embora ainda não tenha ocorrido nenhum requerimento nesse sentido.

— A senhora está preocupada com a convocação da sua irmã? — perguntou Gaspar.

Durante o embate, parlamentares aliados ao governo acusaram o relator de machismo, enquanto a oposição afirmou que não houve ameaça. Os microfones foram desligados temporariamente, e a sessão foi retomada após alguns minutos.

O advogado Nelson Willians recusou-se a assinar um termo comprometendo-se a falar a verdade na CPI e respondeu a poucos questionamentos, afirmando não ter relação com as investigações. Ele admitiu conhecer o empresário Maurício Camisotti e reconheceu que a Polícia Federal agiu corretamente nas operações contra fraudes no INSS.

Willians obteve habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, que garantiu seu direito de permanecer em silêncio, apesar de sua presença obrigatória na sessão.

A CPI também iniciou o depoimento de testemunhas ligadas ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como figura central nas fraudes. Após o cancelamento de sua participação, o colegiado aprovou a convocação de seus familiares e sócios com o apoio do governo e da oposição.

Careca do INSS e Maurício Camisotti foram presos na última sexta-feira em operação autorizada pelo STF, a partir da investigação sobre um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Existe risco de fuga e indícios de ocultação de bens.

Em razão desse risco, a CPI solicitou ao Supremo a prisão preventiva e a quebra de sigilo dos suspeitos. O presidente da CPI, Carlos Viana (Podemos-MG), solicitou à Polícia Legislativa que intimasse os presos, diante da dificuldade de localizá-los.

Careca do INSS é apontado como o operador principal que intermediava relacionamentos entre associações fraudulentas e servidores públicos. Relatórios da Polícia Federal indicam que ele movimentou cerca de R$ 53 milhões provenientes dessas entidades, muito acima dos seus rendimentos oficiais.

Após a prisão, Careca foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Segundo a investigação, ele teria movimentado R$ 9,3 milhões em transferências relacionadas a pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024.

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