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Senadora que criou regra para faltas critica manobra de Eduardo Bolsonaro
Senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), responsável pela atualização da regra sobre justificativas de faltas de deputados que beneficiou apenas líderes partidários e membros da Mesa Diretora, considera incoerente que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) utilize essa norma para assumir a liderança da minoria na Câmara. Ela destaca que foi quem organizou a política de faltas que era desregrada antes.
— Não faz sentido o Eduardo usar essa regra, pois em 2015 não havia trabalho remoto nem se imaginava que um líder poderia ficar fora do país. Se for usar a regra da época, ela precisa ser revista e atualizada — afirma.
Gabrilli explica que líderes e a Mesa Diretora possuem desde 1997 a prerrogativa de dispensar justificativas pelas faltas devido às responsabilidades de suas funções. Em 2015, como terceira secretária da Mesa sob a presidência de Eduardo Cunha, retirou da listagem de exceções cargos que haviam sido incluídos em 2013 como procurador, corregedor, presidente do Centro de Estudos, presidentes de comissões temporárias, ouvidor-geral e procuradora especial da mulher.
— Ao contrário do que dizem, não fui quem introduziu a flexibilização para faltas, mas quem impôs ordem — ressalta a senadora.
Como Eduardo Bolsonaro está fora do país, ele não participa da rotina intensa dos líderes, cuja isenção de justificar faltas é fundamentada no volume de articulações diárias. A liderança da minoria representa a maior parte da oposição ao governo, diferente da liderança da maioria e da oposição, que reúne todos os partidos contrários ao governo.
Nos últimos dias, a escolha de Eduardo para liderar a minoria utilizou o precedente de Gabrilli para justificar a manobra. Como está nos Estados Unidos há meses desenvolvendo ações contra o Brasil, ele corre o risco de perder o mandato por faltar excessivamente.
— Venho anunciar minha renúncia à liderança da minoria para passar essa responsabilidade a Eduardo Bolsonaro. Tomamos essa decisão certos de que o Brasil precisa de união e coragem, diante das perseguições que Eduardo e Jair Bolsonaro vêm enfrentando — comunicou a deputada Caroline de Toni (PL-SC) ao renunciar ao cargo.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), defendeu a medida como legítima. Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, considerou a situação atípica e afirmou que a Mesa Diretora vai analisar o caso cuidadosamente. Há dúvidas sobre a interpretação do regimento quanto à possibilidade de um deputado ausente liderar um bloco ou bancada.
— É evidente que esta é uma situação especial. Faremos uma avaliação, conversaremos com os partidos de oposição e responderei à questão no momento adequado — declarou Motta.

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