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Senadores dos EUA questionam equipe de Trump sobre ataques no Caribe e Pacífico

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Senadores dos Estados Unidos realizaram nesta terça-feira (16) um rigoroso interrogatório com altos funcionários da segurança nacional do governo sobre os ataques contra embarcações de supostos traficantes no Caribe e no Pacífico, que causam preocupação sobre uma possível escalada militar próxima à Venezuela.

A reunião informativa, com a participação dos secretários de Defesa, Pete Hegseth, e de Estado, Marco Rubio, acontece em meio a uma crescente apreensão no Congresso sobre a ampliação das operações do presidente Donald Trump em águas latino-americanas.

Os legisladores estão considerando formas de limitar a autoridade do governo para agir sem sua autorização formal. A administração Trump defende que essas ações visam interceptar o tráfico de drogas que tem como destino os Estados Unidos.

No entanto, críticos questionam a legalidade dessas operações, que resultaram na destruição de pelo menos 26 barcos e a morte de 95 pessoas, segundo dados do Exército americano.

A sessão, realizada a portas fechadas, ocorreu antes da possível votação no Senado de resoluções para restringir que Trump ordene ações militares contra a Venezuela sem o aval do Congresso.

Chuck Schumer, líder democrata da minoria no Senado, comentou após a reunião que os representantes do governo não apresentaram novas informações.

“O governo veio a esta reunião sem novidades […] e, se não conseguem ser transparentes aqui, como podemos confiar na transparência deles sobre outras questões que envolvem o Caribe?”, questionou o senador ao deixar a sala.

Os ataques receberam atenção especial porque, durante uma operação em 2 de setembro, as forças americanas atingiram os destroços de uma embarcação já atacada anteriormente, matando dois sobreviventes.

Senadores de ambos os partidos exigiram explicações sobre a base legal desse ataque e reclamaram do acesso restrito do Congresso às imagens em vídeo, que até o momento foram mostradas apenas a alguns poucos parlamentares.

Schumer alertou que a falta de transparência, juntamente com a presença de tropas americanas e do porta-aviões USS Gerald R. Ford — o maior do mundo — na região, pode levar o país a um conflito com duração indefinida.

Campanha considerada bem-sucedida por autoridades

Após a reunião, Rubio e Hegseth defenderam a campanha naval como uma “missão muito bem-sucedida”, que tem como alvo grupos classificados por Washington como terroristas e cartéis envolvidos no tráfico de drogas e armas para os Estados Unidos.

Rubio afirmou que membros dos comitês de Forças Armadas da Câmara e do Senado poderão assistir ao vídeo dos ataques no final da semana, na presença do comandante que autorizou as ações, o almirante Frank Bradley.

Hegseth ressalvou, porém, que, seguindo a política histórica do Departamento de Defesa, o vídeo não será divulgado ao público, mantendo seu status de sigilo máximo e sem edição.

Alguns republicanos questionaram se atacar náufragos suspeitos de tráfico viola normas internacionais.

Especialistas em direito apontam que o caso revela uma tensão central na estratégia de Trump: tratar o narcotráfico como uma guerra.

Recentemente, o presidente assinou um decreto classificando o fentanil, um opioide potente responsável por uma crise de saúde nos EUA, como uma “arma de destruição em massa”.

No entanto, acredita-se que a maioria das embarcações interceptadas transportava cocaína e não fentanil. Apesar das dúvidas, a campanha continua ativa.

Na segunda-feira, o Pentágono informou ter atacado outras três embarcações no Pacífico Oriental, supostamente carregadas com drogas, e matou oito pessoas consideradas “narcoterroristas”.

Além disso, a administração Trump intensificou a pressão sobre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Washington enviou navios e aviões militares para as proximidades da costa venezuelana, apreendeu um navio com petróleo do país e aplicou novas sanções a familiares e aliados comerciais de Maduro.

Trump declarou que “os dias de Maduro estão contados” e não descartou uma intervenção militar em solo venezuelano.

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