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Servidor da Saúde condenado por roubar pacientes acumula dívidas

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Daniel Pirangi Gomes, técnico de enfermagem de 44 anos, recebeu uma pena de 42 anos e oito meses de prisão por dopar e roubar pacientes, mas continua como funcionário da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).

Ele foi preso em 12 de setembro, na sua casa em Taguatinga, durante a Operação Bad Nurse conduzida pela 15ª Delegacia de Polícia. Apesar da condenação, Daniel ainda recebe um salário bruto mensal de R$ 14 mil. Sua defesa afirma que não há testemunhas que tenham presenciado os crimes.

Além dos crimes que levaram à condenação, Daniel enfrenta vários processos por dívidas que somam mais de R$ 50 mil. Em um deles, foi condenado a pagar R$ 38 mil, mas não cumpriu o acordo para quitar a dívida em parcelas. O juiz determinou desconto de 10% do seu salário devido às dívidas acumuladas.

Outra dívida refere-se a um contrato de aluguel que não foi quitado. Em dezembro de 2023, ele abandonou o imóvel sem comunicação prévia, deixando contas de água, luz e despesas por reparos em atraso, totalizando mais de R$ 5,3 mil. Por não responder à justiça, houve desconto mensal no seu salário para cobrir esses valores.

Em 2022, Daniel emitiu um cheque sem fundo de R$ 395 que aumentou, após correções, para mais de mil reais e também sofreu penhora salarial para o pagamento dessa dívida. Além disso, uma ex-namorada o processou por empréstimos e pagamentos não quitados, ultrapassando R$ 8 mil com correções.

Daniel também abriu e fechou duas empresas no ramo de bebidas no ano de 2022, ambas com capital social significativo, durante período em que surgiram vários processos por dívidas.

Quanto aos crimes que levaram à sua condenação, o técnico de enfermagem foi sentenciado por oito crimes de roubo mediante dopagem de pacientes em hospitais públicos do Distrito Federal. A pena consolidada foi de 42 anos e oito meses, além do pagamento de multas. Ele está detido em regime fechado desde a operação policial que o prendeu.

Mais de 20 testemunhas foram ouvidas pela Polícia Civil antes do processo ser concluído. O Ministério Público solicitou indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil para cada vítima.

A defesa contesta as acusações, afirmando que nenhuma testemunha viu o réu no ato dos crimes, e que não há provas de câmeras de segurança que comprovem os delitos. Segundo os advogados, não se deve condenar alguém baseado apenas em presunções.

A Secretaria de Saúde confirmou que, embora haja condenação, o afastamento do servidor não é automático. Um processo administrativo disciplinar deve ser instaurado para apurar o caso e aplicar as sanções pertinentes, mas não informaram se tal processo foi aberto, pois são sigilosos. Atualmente, Daniel cumpre pena em regime fechado no Complexo Penitenciário da Papuda.

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