A auxiliar de enfermagem Francisca Alves foi inocentada em um processo administrativo que investigava se ela havia fraudado o ponto eletrônico do Hospital Regional de Taguatinga, no Distrito Federal. Ela sempre alegou inocência, se dizendo vítima de “fake news” – notícias falsas que se espalham rapidamente na internet.
A decisão que determinou a inocência da servidora foi tomada pelo diretor de Inspeção da Secretaria de Saúde, Antônio Vitor Holanda, em 20 de abril. Já a investigação da Polícia Civil, que tenta encontrar a pessoa responsável por criar o conteúdo calunioso, ainda não foi concluída.
Procurada, Francisca afirmou que não pode fazer comentários, pois a investigação ainda está em andamento.
Nos anexos do relatório apresentado pela secretaria, a direção do hospital, a gerência da enfermagem e a diretoria administrativa informaram que “a servidora está sempre presente no hospital no seu horário de trabalho” e que os relatórios produzidos pela chefia apontaram que ela cumpre a escala “com pontualidade e assiduidade”.
O despacho assinado pelo diretor de Inspeção da Secretaria de Saúde, Antônio Vitor Holanda, concluiu que “não há evidências de infrações/impropriedades/irregularidades nos registros funcionais da servidora” e determinou o arquivamento em definitivo do processo.
Vídeo em Taguatinga
Um vídeo que viralizou nas redes sociais no início de abril – compartilhado por milhares de pessoas – mostrava Francisca batendo o ponto no HRT e, em seguida, saindo do hospital. Uma voz narrou a ação. A auxiliar de enfermagem disse que bateu o ponto, saiu para levar o carro ao estacionamento e entrou pela porta do ambulatório onde trabalha.
“Eu não fiz nada de errado. Simplesmente bati meu ponto e segui até o estacionamento. Estacionei meu carro e fui trabalhar. Então, a acusação que a pessoa fez, de que bati o ponto e fui embora, era completamente errada”, afirmou, na época.
“De repente, você se vê caluniada por pessoas que não te conhecem, não conhecem seu trabalho. É uma sensação horrível”, disse.
Fake news é crime
Segundo o delegado Giancarlo Zuliani Júnior, da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos, se for comprovado que a informação do vídeo é falsa, o caso pode ser considerado crime contra a honra, que inclui calúnia, injúria e difamação.
Quem compartilha notícia falsa também pode ser responsabilizado. A pena, nos dois casos, pode chegar a dois anos de prisão. Segundo o delegado, é preciso verificar se as imagens são verdadeiras e se não ofendem quem está sendo exposto antes de divulgar um vídeo.
“Apertar o botão é muito rápido. Mas, depois, o problema perdura e a pessoa se arrepende”, ensina Zuliani.
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