Centro-Oeste
Servidoras do GDF se destacam em cargos antes ocupados só por homens
Maior parte da força de trabalho do Governo do Distrito Federal (GDF), as mulheres têm conquistado, cada vez mais, espaços em cargos e funções do Executivo que, antes, eram ocupadas majoritariamente ou exclusivamente por homens.
Elas representam 51,97% dos servidores e empregados públicos de um total de mais de 95 mil em atividade no GDF. A participação feminina se destaca entre os cargos comissionados e funções gratificadas – em que elas ocupam 51,5% dos cargos – e também entre os concursados. Nas funções de confiança, elas exercem 9.362 de um total de 18.175, com 54% de presença em cargos de assessoramento e 51% nas chefias de assessoria.
Uma dessas mulheres no comando é Walquiria Marra, que aos 46 anos ostenta o posto de primeira servidora da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) a chefiar a Divisão de Manutenção e Conservação de Vias (Dimav).
Walquiria integra o quadro de servidores da Novacap há 25 anos. A trajetória da funcionária da companhia começou ainda em 1998, quando assumiu como técnica em edificações. Trabalhou na função durante oito anos e se especializou em obras de pavimentação asfáltica.
As experiências e qualificações obtidas no período renderam a ela a possibilidade de assumir a função de supervisora de obras de meio-fio e calçadas, posto que exerceu até 2021, quando foi convidada a ocupar a chefia da Dimav. Até então, a cadeira só havia sido ocupada por homens.
Para Walquiria, a bagagem adquirida durante todos os anos na companhia a credenciaram para exercer o cargo atual. “Essa experiência me permitiu conquistar a confiança de muitos que, por vezes, podiam duvidar do meu trabalho. Faço questão de fazer com que meus funcionários se sintam bem à vontade comigo”, afirma.
“É uma equipe. Uma equipe em que um valoriza o trabalho do outro. Com isso, a gente consegue alcançar um resultado muito melhor para a Novacap e para o Governo do Distrito Federal. Eu me vejo, hoje, muito respeitada dentro da minha função. Me considero uma líder mais sensível, compreensível e que procura o bem-estar do meu funcionário”, completa a chefe da Dimav.
Atualmente, a servidora é uma das responsáveis pela gestão de diversas obras de readequação urbana realizadas pela Novacap em todas as 35 regiões administrativas do DF. É ela, também, quem comanda o programa Mão na Massa, iniciativa lançada pela companhia para qualificar equipes das administrações regionais que executam serviços de tapa-buraco.
Hoje, Walquiria busca ser um exemplo para outras servidoras da companhia. “Ao assumir essa função, eu acredito que, de certa forma, inspirei outras servidoras da Novacap a seguirem o mesmo caminho de capacitação que eu segui. Eu recebo um carinho enorme das mulheres da Novacap. Fico feliz que algumas me considerem como uma inspiração”, finaliza.
Exemplo e inspiração
Histórias como a de Walquiria se repetem em todo GDF. Outro exemplo é o da servidora Priscila Paris, atual diretora técnica da Companhia Energética de Brasília (CEB) Geração. Ela também foi a primeira mulher a assumir o cargo de chefia ali.
Priscila chegou à CEB em 2011 para atuar como engenheira elétrica da Usina Hidrelétrica do Paranoá. Até chegar à cadeira que ocupa hoje, a servidora passou por postos de chefia e teve diferentes experiências liderando equipes.
“Esse trabalho que fiz na parte técnica da usina me levou a ser convidada, depois de três anos, a assumir como gerente da CEB Geração, onde passei a coordenar a usina e os negócios de geração da companhia. Em 2019, recebi este segundo convite, para ser a diretora técnica da CEB Geração”, relata.
A servidora, assim como Walquiria, afirma que um quadro mais diverso de servidores ajuda no crescimento da companhia. “É uma realidade que está mudando. A diversidade é algo que contribui demais com o crescimento profissional. Tenho muito orgulho de ter conseguido essa posição que eu assumo hoje”.
Desafio
Há três meses, a brasiliense Elaine Santos Guimarães, 44 anos, aceitou o desafio de ser a primeira mulher, em todas as cinco distribuidoras da Neoenergia, a trabalhar na rede elétrica subterrânea do DF. O primeiro contato profissional com a área ocorreu ainda em 2021, logo após se formar na primeira turma da Escola de Eletricistas do DF.
“Eu vi a divulgação do curso, me inscrevi, fui selecionada e, assim que terminei a escola, eu fui contratada pela Neoenergia. Eu comecei na distribuidora trabalhando na manutenção da rede elétrica aérea da empresa, onde fiquei por um ano e seis meses até receber a proposta para trabalhar na rede subterrânea.
Para assumir a função, Elaine precisou passar por treinamentos específicos de capacitação. Ela avalia que a qualificação e o tratamento ofertados pela Neoenergia fizeram a diferença na escolha de assumir o desafio. “Estou muito motivada e espero que essa motivação possa despertar em outras mulheres esse mesmo interesse que eu tive. Desde o primeiro dia, fui abraçada por essa equipe. Eles me ajudam muito, estou aprendendo demais todos os dias”, ressalta.
Agência Brasília.
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