Sessões no Congresso são canceladas após ações da oposição

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiram cancelar as sessões previstas para esta terça-feira (5) depois que membros da oposição bloquearam os trabalhos e ocuparam os espaços das duas Casas.

Essa mobilização foi motivada pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Alcolumbre criticou a ocupação da Mesa Diretora como um ato arbitrário e pediu calma e cooperação para que as atividades parlamentares possam ser retomadas com respeito e diálogo em benefício do Brasil e da população.

Motta, por sua vez, antecipou a reunião de líderes da Câmara e anunciou a suspensão das sessões de hoje e de amanhã, ressaltando que as pautas devem ser definidas por meio do diálogo e do respeito institucional.

Durante o dia, Hugo Motta esteve em seu estado natal, Paraíba, participando da inauguração de um hospital com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Sobre a prisão domiciliar do ex-presidente, ele destacou que o direito à defesa deve ser respeitado e que as decisões judiciais precisam ser cumpridas, evitando manifestar apoio ou críticas ao caso.

Após a prisão de Bolsonaro, integrantes da oposição buscaram pautar na Câmara um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e pressionaram o presidente do Senado para avançar com pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A ordem de prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes após o ex-presidente ter descumprido medidas cautelares no inquérito das milícias digitais, como a participação em manifestações contra o STF e o uso de redes sociais por seus apoiadores, o que violou as restrições impostas.

Desde o dia 18, Bolsonaro estava usando tornozeleira eletrônica por suspeita de colaborar com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por possíveis ações contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos.