Economia
Sete em cada dez indústrias aumentam investimentos em 2024, diz CNI

Em 2024, a maioria das indústrias retomou seus investimentos, mesmo diante da elevação das taxas de juros. A maior parte desses aportes foi feita com recursos próprios, e não via financiamentos bancários, conforme um estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No ano anterior, sete a cada dez empresas do setor investiram em melhorias e expansão.
A porcentagem de empresas que realizou investimentos (70%) é uma das maiores dos últimos seis anos, ficando atrás apenas do índice de 73% registrado em 2022. Nos anos anteriores, esse percentual chegou a até 65%, tanto em 2021 quanto em 2023.
A pesquisa da CNI analisou respostas de 1.500 companhias de diferentes portes: pequenas (600), médias (527) e grandes (363). Os dados foram coletados entre 7 e 17 de janeiro, sendo divulgados em agosto.
No período analisado, 71% das indústrias cumpriram total ou parcialmente seus planos de investimento. Apenas 10% adiaram ou cancelaram seus projetos devido a incertezas econômicas, queda nas vendas e aumento dos custos dos insumos.
Dentre as empresas que investiram, 79% adquiriram máquinas e equipamentos novos, enquanto 57% atualizaram e modernizaram suas unidades produtivas. Além disso, 37% dos recursos foram destinados à ampliação, compra ou construção de terrenos, fábricas e armazéns.
Com a retomada da demanda interna e externa, e a redução da ociosidade das fábricas, o setor industrial direcionou cerca de R$ 371 bilhões para expandir a capacidade produtiva em 2024, valor que representa 18,2% dos investimentos produtivos totais no Brasil e é o maior em uma década, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Apesar desse cenário positivo, analistas alertam que os altos juros podem frear esses investimentos. A CNI planeja uma nova pesquisa para avaliar a intenção do setor industrial em continuar seus projetos diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Vale destacar que, em 2023, quase três quartos dos investimentos (74%) foram realizados com recursos próprios das empresas e de seus sócios, um aumento em relação aos 71% observados nos dois anos anteriores.

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