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Sindicatos exigem resposta do governo francês

Os sindicatos na França emitiram um ultimato nesta sexta-feira (19) ao primeiro-ministro Sébastien Lecornu, solicitando uma resposta às suas demandas antes de decidirem sobre a convocação de novas manifestações. Isso ocorre um dia após centenas de milhares de pessoas terem ido às ruas.
De acordo com as autoridades, cerca de 500.000 pessoas participaram das manifestações, enquanto o sindicato CGT estimou que mais de um milhão de pessoas estiveram presentes. A principal demanda é que o governo abandone o plano de cortes nos serviços públicos e aumente os impostos sobre os super-ricos no orçamento de 2026.
Os oito principais sindicatos alertam que, caso suas reivindicações não sejam atendidas até 24 de setembro, se reunirão para decidir rapidamente uma nova greve e novos protestos.
Em comunicado conjunto, as entidades sindicais enfatizam seus pedidos: rejeição do projeto orçamentário elaborado pelo ex-primeiro-ministro François Bayrou, tributação maior para os mais ricos, e reversão da elevação da idade de aposentadoria para 64 anos, entre outros pontos.
O primeiro-ministro, em resposta, afirmou que as demandas dos manifestantes estão sendo consideradas nas consultas com as forças políticas e sindicais, e que receberá os sindicatos nos próximos dias.
Sébastien Lecornu aposta na articulação com os partidos políticos para garantir a aprovação do orçamento no Parlamento, onde não possui maioria. A aprovação é crucial para evitar a queda do governo, cenário que já derrubou seus dois antecessores.
Um novo fracasso poderia intensificar a crise política profunda que se instalou em 2024, marcada por uma antecipação frustrada das eleições legislativas e pela pressão para a renúncia do presidente Emmanuel Macron, cujo mandato se encerra em 2027.

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