Síria qualifica de ‘perigosa escalada’ bombardeio de Israel perto de palácio presidencial

Esses ataques se intensificaram com a chegada ao poder dos novos governantes, que surgiram de uma coalização rebelde liderada por islamistas que depôs al-Assad

Por AFP

A presidência síria qualificou, nesta sexta-feira (2), como uma “perigosa escalada” o bombardeio israelense durante a madrugada perto do palácio presidencial da capital Damasco.

Nesta sexta-feira, Israel bombardeou os arredores do palácio presidencial de Damasco depois de ameaçar o governo sírio com represálias, caso ele não proteja a minoria drusa nos confrontos sectários mortais que sacodem o país.

A presidência “condena nos termos mais enérgicos o ataque contra o palácio presidencial realizado pela ocupação israelense”, diz o comunicado.

O Executivo acrescentou que esse ataque “constitui uma perigosa escalada contra as instituições do Estado e sua soberania”.

Mais de cem pessoas morreram nos últimos dois dias em choques entre combatentes drusos e grupos armados vinculados ao poder sunita que derrubou há quase cinco meses o regime de Bashar al-Assad.

O líder espiritual da minoria drusa denunciou, na quinta-feira, uma “campanha genocida” contra essa comunidade religiosa esotérica do islã e pediu “uma intervenção imediata das forças internacionais”.

Os drusos possuem uma população expressiva nas Colinas de Golã, que Israel tomou da Síria na Guerra dos Seis Dias em 1967 e, desde então, está sob ocupação.

Desde o início da guerra na Síria, Israel bombardeou diversas vezes esse país com o qual segue tecnicamente em guerra.

Esses ataques se intensificaram com a chegada ao poder dos novos governantes, que surgiram de uma coalização rebelde liderada por islamistas que depôs al-Assad.

Após anos de uma sangrenta guerra civil que começou em 2011, o grupo islamista Hayat Tahrir al Sham (HTS), liderado por Ahmed Al Sharaa, lançou uma ofensiva relâmpago de seu feudo de Idlib, junto com outros rebeldes aliados e tomou Damasco.

Al Sharaa foi nomeado presidente interino em janeiro em uma reunião a portas fechadas.