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síria retira tropas de região drusa após pressão dos eua e ataques de israel

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O Exército da Síria anunciou nesta quarta-feira (16) que começará a retirar suas tropas da cidade de Sweida, no sul do país, região marcada recentemente por intensos confrontos que resultaram em mais de 350 mortes. A decisão veio após um pedido dos Estados Unidos e ataques aéreos realizados por Israel contra Damasco.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), os combates envolveram drusos e tribos beduínas sunitas, intensificados após o sequestro de um comerciante de verduras druso no último domingo.

As forças governamentais foram acionadas para conter a violência na cidade, anteriormente controlada por combatentes drusos. Organizações e testemunhas locais denunciaram vários abusos cometidos pelas forças governamentais, incluindo execuções de civis e saques.

De acordo com comunicado do Ministério da Defesa sírio, as tropas iniciaram a retirada como parte do acordo firmado para encerrar as operações contra grupos considerados ilegais na região.

Israel, que ocupa e anexou grande parte das Colinas de Golã, onde reside uma significativa população drusa, declarou que não permitirá qualquer presença militar síria próxima à sua fronteira. Recentemente, o país realizou um bombardeio contra o quartel-general do Exército sírio em Damasco.

Os Estados Unidos, aliados próximos de Israel, buscam diminuir as tensões. O secretário de Estado Marco Rubio afirmou que um acordo foi estabelecido para restaurar a calma na área e solicitou à Síria a retirada de suas tropas para permitir a desescalada do conflito.

Segundo o OSDH, as mortes contabilizam 79 combatentes drusos, 55 civis, 189 membros do Exército ou das forças de segurança sírias, além de 18 combatentes beduínos. Também foram registradas mortes de soldados em ataques israelenses.

Entre as vítimas está Hassan al Zaabi, jornalista que foi morto enquanto cumpria seu dever profissional em Sweida, conforme reportado pelo sindicato de jornalistas sírio.

A violência e seus desafios

Os confrontos em Sweida refletem os desafios enfrentados pelo governo interino de Ahmed al Sharaa, desde que uma coalizão de grupos rebeldes sunitas derrubou o presidente Bashar al Assad em dezembro, em meio a uma longa guerra civil no país.

Os drusos, uma importante minoria religiosa de origem islâmica xiita, estão presentes no Líbano, sul da Síria e áreas das Colinas de Golã controladas por Israel.

Abbas Araghchi, chefe da diplomacia iraniana, condenou os ataques israelenses, classificando-os como uma agressão sem limites e pediu união mundial para que cessem. Ele reiterou o apoio do Irã à soberania e integridade territorial da Síria.

António Guterres, secretário-geral da ONU, também denunciou a escalada dos bombardeios de Israel e a movimentação das forças israelenses na região de Golã.

Apelo à paz em Sweida

As autoridades sírias repudiaram a atuação israelense e reafirmaram o direito de defender seu território. Drusos têm cruzado a fronteira, mesmo sob o uso de gás lacrimogêneo por parte das forças israelenses.

Em Sweida, a situação é grave, com dezenas de corpos espalhados pela cidade. Moradores relatam um sentimento de confinamento e medo diante dos conflitos.

O líder religioso druso Hikmat al Hijri fez um apelo urgente ao presidente dos EUA, Donald Trump, ao primeiro-ministro israeloense, Benjamin Netanyahu, e a todas as autoridades influentes para que intervenham e salvem a população de Sweida, que está sofrendo perdas humanas alarmantes e violência constante.

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