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Só 646 municípios brasileiros têm pelo menos 50% das crianças de 0 a 3 anos em creches, diz Censo

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Em 2000, o país tinha apenas 9,4% das crianças dessa faixa etária na escola

Somente 646 municípios conseguiram atingir pelo menos 50% das crianças de 0 a 3 anos na creche, aponta o Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é uma meta das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que foi renovado para valer até 2026.

Em 2000, o país tinha apenas 9,4% das crianças dessa faixa etária na creche. Esse patamar subiu para 23,5% em 2010 e depois para 33,9%, em 2022. No entanto, ainda abaixo do previsto pelo PNE.

De acordo com Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal especialista em primeira infância, a educação infantil de qualidade é um “direito inegociável, urgente e essencial para o desenvolvimento pleno das nossas crianças”.

— Porém, o Brasil ainda enfrenta um cenário de desigualdade no acesso. Apesar da Constituição de 1988 ter assegurado o direito à educação, os dados revelam que a realidade é bem diferente para milhares de crianças, principalmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade. O Brasil precisa, com urgência, focar no atendimento àqueles que mais necessitam, seja por meio de uma expansão da rede, sempre com qualidade, ou com uma busca ativa para garantir acesso a famílias em situação de pobreza, por exemplo — afirma Luz.

Desafios
Apesar de ter caído pela metade em 22 anos, o número de brasileiros que não completaram nem o ensino fundamental ainda representa 35% da população, de acordo com os dados do Censo 2022 do IBGE divulgados nesta quarta-feira. Ao mesmo tempo, a proporção da população com ensino superior completo praticamente triplicou no mesmo período, subindo de 6,8% para 18,4%.

Essa é a segunda divulgação sobre educação do Censo 2022. Em maio do ano passado, o IBGE publicou as informações sobre alfabetização. Agora, foram apresentados os dados de escolaridade média dos brasileiros, a partir de um levantamento em que participaram 10% da população, mas em uma divisão representativa para todo o país.

A redução do percentual de brasileiros sem instrução ou com ensino fundamental incompleto reflete avanços na busca pela universalização do ensino básico nas últimas duas décadas. Em 2000, quase dois terços da população acima de 25 anos não tinham concluído essa etapa da educação.

Em 2010, esse número caiu para 49,3%, e, em 2022, atingiu 35,2%. No entanto, a distribuição desses avanços não ocorreu de maneira homogênea. O Nordeste continua com a maior proporção de pessoas nessa condição, com 44,6% da população acima dos 25 anos ainda sem instrução ou com fundamental incompleto, enquanto o Sudeste tem a menor taxa, de 30%.

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