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Sob pressão interna, Biden barra deportação imediata de cerca de 6 mil palestinos nos EUA

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Presidente é alvo de críticas por seu apoio quase incondicional a Israel na guerra em Gaza, e corre o risco de perder votos cruciais na eleição de novembro

A medida vem após meses de críticas ao democrata por sua postura na guerra em Gaza, onde presta apoio quase incondicional a Israel nos combates contra o grupo terrorista Hamas (Bloomberg/Getty Images)

O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que vai suspender por pelo menos 18 meses a deportação de palestinos, usando uma regra que abre caminho para a permanência deles no território americano por “razões humanitárias”. A medida vem após meses de críticas ao democrata por sua postura na guerra em Gaza, onde presta apoio quase incondicional a Israel nos combates contra o grupo terrorista Hamas.

Em memorando, publicado pela Casa Branca, Biden afirma que as “condições humanitárias nos territórios palestinos, especialmente em Gaza, se deterioraram significativamente”, e que “embora siga focado na melhora da situação humanitária”, reconhece que “muitos civis continuam em perigo”. Na decisão, Biden usou um mecanismo chamado Partida Forçada Adiada, que permite que pessoas de regiões onde há crises humanitárias, como Gaza, permaneçam nos EUA mesmo após uma ordem de deportação.

Segundo o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, pessoas condenadas por algum delito, que seja consideradas uma ameaça à segurança pública ou que retornem voluntariamente aos territórios palestinos não terão direito à permanência por mais 18 meses. Cerca de seis mil palestinos nos EUA poderão ser beneficiados, apontou levantamento do New York Times.

— Nós desesperadamente precisamos disso. Nos vemos que a situação em Gaza e na Palestina não está melhorando, e essa medida é algo que é bem vinda, estamos felizes de vê-la implementada, e esperamos que outras medidas sejam aplicadas — disse ao New York Times Abed Ayoub, diretor-executivo da Comissão Árabe-Americana Antidiscriminação.

O anúncio de Biden vem em um momento complicado para o democrata entre aliados. Desde o início da guerra em Gaza, o apoio quase incondicional, inclusive através do envio de armas, a Israel tem provocado críticas entre eleitores que lhe deram votos cruciais para a vitória em 2020, especialmente da comunidade árabe-americana, dos mais jovens e de representantes de alas progressistas.

Pesquisas recentes apontam que muitos cogitam sequer sair de casa em novembro, quando Biden deve enfrentar novamente o ex-presidente Donald Trump — o republicano já prometeu expulsar imigrantes, em situação legal ou não, que sejam considerados apoiadores do Hamas. Um deputado do partido dele, Ryan Zinke, também apresentou, em novembro, um projeto de lei para revogar vistos de palestinos, e impedir que sejam recebidos como refugiados nos EUA.

Recentemente, Biden deu sinais críticos à forma como Israel conduz a campanha militar contra o Hamas. Na semana passada, deixou escapar que a reação israelense foi “exagerada”, e a portas fechadas alguns de seus assessores têm apontado “excessos” cometidos pelo governo do premier Benjamin Netanyahu. No começo do mês, a Casa Branca anunciou sanções contra quatro colonos israelenses acusados de cometer e incitar atos de violência contra palestinos na Cisjordânia, uma medida chamada de “inapropriada” e “altamente problemática” por Netanyahu.

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