Centro-Oeste
Soldado mata cabo do exército por divergência na hierarquia
A defesa da família de Maria de Lourdes Freire Matos, cabo do Exército assassinada e carbonizada pelo soldado Kelvin Barros da Silva, declarou que o crime pode ter ocorrido em razão da superioridade hierárquica que a vítima ocupava.
No Exército, a patente de Maria era superior à de Kelvin. O escritório jurídico responsável pela defesa da família afirmou que “Ela [Maria] era discreta, séria, dedicada aos estudos e mantinha uma autoridade hierárquica acima do soldado Kelvin, o que sugere uma resistência à autoridade feminina, possível motivação para o crime.”
A defesa ainda esclareceu que Maria foi atraída para o local, esfaqueada e teve o corpo incendiado, configurando uma violência extrema relacionada à sua condição de mulher.
Foi negada a existência de qualquer relacionamento extraconjugal entre a vítima e o assassino, como declarado pelo autor do crime.
O soldado Kelvin Barros, preso em flagrante, teve sua prisão convertida em preventiva após audiência no Núcleo de Audiências de Custódia.
O Exército informou que o soldado deve ser expulso da corporação e responsabilizado legalmente pelo ato.
Trâmite na Justiça Militar
A Justiça Militar da União (JMU) requisitou a condução do caso, por ser um crime entre militares ocorrido em local sob administração do Exército. O juiz determinou a inclusão do mandado de prisão no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões e informou o Tribunal do Júri do Distrito Federal sobre a competência da Justiça Militar para o caso.
Detalhes do crime
Maria de Lourdes era cabo do Exército há cinco meses na função de musicista. Ela foi encontrada morta por militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas.
Em depoimento, Kelvin Barros confessou o assassinato, que teria ocorrido após uma discussão. Ele alegou que ambos tinham um relacionamento extraconjugal e que a vítima queria que ele terminasse seu relacionamento atual para ficar com ela.
Conforme o delegado Paulo Noritika, durante a discussão, Maria teria sacado uma arma de fogo, e Kelvin tentou segurá-la. Ele conseguiu pegar uma faca militar que a vítima carregava na cintura e a esfaqueou profundamente no pescoço.
Desesperado, Kelvin incendiou o local usando álcool e um isqueiro, fugiu levando a pistola da vítima, que posteriormente descartou. O Corpo de Bombeiros atuou para apagar o fogo.


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