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Sonda Juno chega a Júpiter após jornada de cinco anos

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Sonda entrou na órbita do planeta nesta madrugada e, durante um ano, vai sobrevoá-lo para estudar sua formação e composição

Uma composição colorida de Júpiter mostra um dos impactos observados no ano de 2010, na parte inferior direita da imagem (Anthony Wesley/VEJA)

Uma composição colorida de Júpiter mostra um dos impactos observados no ano de 2010, na parte inferior direita da imagem (Anthony Wesley/VEJA)

A sonda Juno, da Nasa, finalmente chegou a Júpiter, seu destino final, na madrugada desta terça-feira. Agora, começa a aventura mais emocionante da nave: ela irá orbitar o planeta e trazer dados inéditos para a equipe na Terra. A sonda de quatro toneladas, não tripulada, foi lançada pela agência espacial americana em 5 de agosto de 2011, com o propósito de estudar a formação e composição do planeta. Durante a aproximação da sonda já foi possível captar diversas imagens e sons do gigante gasoso.

De acordo com a Nasa, os motores da sonda tiveram potência reduzida para permitir que ela fosse “tragada” pela órbita do planeta. O Jet Propulsion Laboratory, da Nasa, explodiu em comemoração quando a sonda entrou com sucesso na órbita do maior planeta do sistema solar à 00h53 desta terça-feira (horário de Brasília). “Estamos dentro”, gritou Scott Bolton, diretor científico da missão da agência espacial americana. “É quase um sonho que vira realidade”, completou.

Juno – Em uma viagem de 2.8 bilhões de quilômetros, a sonda sobrevoará Júpiter 37 vezes durante um ano terrestre, 5.000 quilômetros acima das nuvens do planeta. A sonda usará uma série de instrumentos, fornecidos por Itália, França e Bélgica, como parte de uma parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), para estudar o funcionamento de Júpiter e analisar sua composição. A nave orbitará os polos do gigantesco planeta, que, acredita-se, foi o primeiro a se formar, com massa duas vezes maior que a de todos os outros planetas do Sistema Solar juntos. A missão não é tripulada – mas viajou sob os “olhares cuidadosos” de bonecos de Lego de Galileu Galilei, do deus romano Júpiter e de sua mulher, Juno (que dá nome à sonda).

Impulsionada por energia solar e avaliada em 1,1 bilhão de dólares, a sonda fará parte de duas experiências significativas para avaliar a quantidade de água que o planeta contém e determinar se “possui um núcleo de elementos pesados em seu centro, ou se é composto apenas de gás”, explicou Scott Bolton, principal cientista do programa Juno e membro do Southwest Research Institute (SwRI, na sigla em inglês) em San Antonio (Texas).

Outras missões – Júpiter começou a ser explorado nos anos 1970 pelas sondas Pioners e Voyagers – mas elas não orbitaram o planeta, apenas se aproximaram dele. Foi assim também com as sondas Ulysses, Cassini e, a mais recente delas, New Horizons, que passou próximo ao planeta em 2007. “A primeira a orbitar o planeta foi a sonda Galileo, que chegou lá em 1995. A Galileo tinha objetivos mais gerais, como estudo da atmosfera e magnetosfera de Júpiter, seus anéis e suas luas, principalmente as quatro maiores. Juno tem objetivos bem mais precisos e contará com tecnologia bem mais avançada”, afirmou Daniel Mello, astrônomo do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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