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Economia

STF investiga papel do Banco Central na liquidação do Master

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A acareação marcada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que investiga irregularidades envolvendo o Banco Master, terá como foco principal a atuação do Banco Central (BC). A audiência está prevista para 30 de dezembro, durante o recesso do Judiciário, e poderá destacar ainda mais o órgão regulador nas investigações.

Toffoli determinou uma acareação entre o proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. A sessão será conduzida por videoconferência.

Fontes do Supremo destacam que Toffoli pretende esclarecer quando o BC tomou conhecimento das suspeitas sobre as operações do Master, que medidas foram adotadas na supervisão do mercado de títulos bancários e identificar possíveis responsáveis por eventuais falhas nesse processo.

O ministro busca compreender se houve atraso na decisão de colocar o banco em liquidação, quais os motivos para isso e se essa decisão foi tomada de forma espontânea, sem a provocação das partes ou dos órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF).

A acareação é considerada inédita por integrantes da PF, PGR e STF, além de ser interpretada como uma nova pressão sobre o Banco Central.

Vorcaro, Costa e Aquino serão ouvidos porque Vorcaro tentou vender o banco ao BRB, numa operação que foi recusada pelo Banco Central em setembro, diante das suspeitas sobre operações fraudulentas do Master — que nega irregularidades.

O caso envolve fraudes financeiras que podem chegar a bilhões de reais, relacionadas à tentativa de venda do Banco Master ao BRB e à emissão de títulos de crédito que seriam falsos. A Polícia Federal investiga a Operação Compliance Zero, que levou à liquidação extrajudicial do banco pelo Banco Central e à prisão de Vorcaro em novembro de 2025.

A investigação apura um esquema suspeito de emissão e negociação de títulos de crédito sem lastro, conhecidos como “títulos podres”.

Há suspeitas de que esses títulos tenham sido vendidos para outras instituições financeiras, incluindo o BRB, gerando prejuízos estimados em até R$ 12,2 bilhões.

Em um dos episódios revelados, o Master vendeu ao banco estatal uma carteira de crédito de R$ 303 milhões vinculada a uma empresa registrada no nome de uma atendente de lanchonete, apontada pelo Ministério Público como figurante em um esquema fraudulento.

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