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STF promove acareação entre réus de golpe pós-eleição

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Após os interrogatórios na ação que investiga a suposta tentativa de golpe depois das eleições de 2022, réus e testemunhas retornam ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (24/6) para um confronto direto. Estão programadas acareações na sala de audiências da Corte, envolvendo integrantes do “núcleo crucial” da trama golpista, que conta com oito réus, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A primeira acareação acontece entre o delator na ação, tenente-coronel Mauro Cid, e o ex-ministro e general Walter Braga Netto. Na sequência, haverá o confronto de versões entre o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, e o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, que, embora testemunha, não é réu.

Essa etapa foi solicitada pelas defesas para esclarecer divergências nos depoimentos e na apuração do caso. A acareação será conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes.

Pontos divergentes: Braga Netto X Cid

Em sua delação, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmou ter participado de uma reunião com o general Braga Netto para tratar do plano “Punhal Verde e Amarelo”. Também relatou que o general lhe entregou dinheiro para repassar ao major De Oliveira, com a finalidade de financiar as operações do plano golpista.

A defesa do general Braga Netto contesta essas alegações, destacando que Cid, como delator, não apresentou provas substanciais. A acareação buscará esclarecer esses pontos, conforme destaca o advogado José Luis Oliveira Lima, que ressalta a impossibilidade de produzir provas negativas contra seu cliente.

Braga Netto encontra-se preso desde dezembro de 2024 por decisão do Supremo, acusado de atuar como um dos organizadores de um plano para golpe de Estado, incluindo ameaças ao presidente Lula (PT), ao vice Geraldo Alckmin (PSB) e ao ministro Alexandre de Moraes.

Anderson Torres x Freire Gomes

Às 11h, acontece a segunda acareação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, réu na ação penal nº 2.668, e o general Marco Antônio Freire Gomes, que testemunha na investigação.

A defesa ressaltou ao STF a necessidade de confronto para esclarecer contradições no depoimento de Freire Gomes, que afirma ter conhecimento da participação de Torres em reunião com Bolsonaro e comandantes das Forças Armadas para discutir meios de impedir a posse do presidente eleito em 2022, ou a aplicação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no país. Outros envolvidos negam a presença do ex-ministro nesse encontro.

O advogado de Anderson Torres, Eumar Novacki, argumenta que a acusação é sustentada apenas pelo depoimento de Freire Gomes, que não detalhou data, local ou demais participantes da reunião supostamente realizada.

Na audiência, a defesa apresentará registros de entradas e saídas do Palácio da Alvorada referentes ao mês de dezembro de 2022, período após o segundo turno das eleições.

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