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Sul-coreanos presos em operação migratória nos EUA começam a ser liberados

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Cerca de centenas de trabalhadores sul-coreanos, detidos na última semana durante uma grande operação migratória em uma fábrica de baterias da Hyundai-LG nos Estados Unidos, começaram a ser liberados nesta quinta-feira (11), conforme informado pelo governo da Coreia do Sul. O governo também alertou que o ocorrido pode afetar investimentos futuros.

Os sul-coreanos constituem a maioria das 475 pessoas detidas na fábrica da Hyundai-LG, atualmente em construção no estado da Geórgia, ao sul dos Estados Unidos, segundo as autoridades de imigração locais.

Essa ação em massa criou um ambiente tenso entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul — aliado estratégico de Washington na área de segurança no Pacífico — que também é destaque na fabricação de automóveis e produtos eletrônicos, mantendo várias unidades fabris em solo americano.

As autoridades americanas confirmaram que o processo de liberação está em andamento e que os trabalhadores retornarão à Coreia do Sul em um voo fretado, com chegada prevista em Seul na tarde de sexta-feira.

Fotos divulgadas pela agência Yonhap mostram os trabalhadores reunidos ao lado de diversos ônibus, durante o período de detenção que durou vários dias.

Lee Jae-myung, presidente da Coreia do Sul, declarou que o incidente pode causar um efeito significativo nas futuras decisões de investimento, especialmente ao avaliar a viabilidade de operações diretas nos Estados Unidos.

O presidente descreveu a operação — na qual os trabalhadores sul-coreanos foram algemados e acorrentados — como um evento perturbador durante uma coletiva de imprensa em Seul.

A Coreia do Sul anunciou recentemente um compromisso de investir 350 bilhões de dólares nos Estados Unidos, após ameaças tarifárias feitas pela administração Trump.

Lee também destacou que após o ocorrido, empresas sul-coreanas estão se questionando se vale a pena estabelecer fábricas nos Estados Unidos, dadas as possíveis inseguranças.

Muitas companhias sul-coreanas costumam levar sua força de trabalho durante as fases iniciais de desenvolvimento de projetos. Fontes do setor explicaram à AFP que é comum o uso de alternativas de vistos para transferir mão-de-obra qualificada e evitar atrasos.

Impacto e Reação

O governo dos EUA classificou essa como a maior operação realizada em um único local no âmbito da campanha contra a imigração irregular iniciada pelo ex-presidente Donald Trump.

Embora Trump tenha desistido da expulsão dos detidos, a Coreia do Sul optou pela repatriação, pois os trabalhadores estavam emocionalmente abalados, segundo o Ministério das Relações Exteriores sul-coreano.

O ministério informou que Trump consultou se os trabalhadores sul-coreanos, todos profissionais qualificados, deveriam permanecer nos EUA para continuar treinando os funcionários americanos ou retornar ao país.

Seul respondeu que, devido ao estado emocional e físico dos trabalhadores, o ideal seria seu retorno inicial, com possível retorno posterior para continuar o trabalho nos EUA. Essa posição foi aceita pelas autoridades americanas.

As imagens dos trabalhadores algemados geraram forte comoção na Coreia do Sul. As autoridades negociaram para garantir que os trabalhadores não fossem algemados novamente antes do retorno ao país.

Na quarta-feira, a Coreia do Sul enviou um Boeing 747-8I da Korean Air para trazer os trabalhadores de volta.

Cho Hyun, ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, encontrou-se com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington. Rubio destacou a força da aliança entre os dois países e expressou interesse em aprofundar a cooperação, conforme declaração divulgada pelo Departamento de Estado.

Cho descreveu a detenção coletiva dos sul-coreanos como uma situação extremamente séria.

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