Centro-Oeste
Supermercados chegam a cobrar R$ 55 em saco de arroz e limitam venda
Levantamento feito pelo Procon-DF indica variação de quase 100% em preços. Aumento ocorre após crise no Rio Grande do Sul
A crise no Rio Grande do Sul provocada pelas enchentes colocou em xeque o abastecimento de um dos alimentos mais consumidos diariamente pelos brasileiros, o arroz. O estado é responsável por 70% da produção nacional do cereal, mas enfrenta uma devastadora tragédia climática. Para driblar a crise, o governo federal liberou R$ 6,7 bilhões para a compra pública de arroz beneficiado importado. No DF, os preços do produto variam em mais de 100% e, em alguns supermercados, podem chegar ao custo de R$ 54,99, o saco de 5kg.
Os dados são do Procon, órgão da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus). Os fiscais percorreram 94 estabelecimentos de todo o DF entre 20 e 24 de maio. Foram levantados os preços de mais de 50 marcas de saco de arroz branco. A pesquisa constatou que o valor mais alto cobrado pelo item foi de R$ 54,99. Já o menor valor identificado foi de R$ 26,89 — uma variação de mais de 100% no preço cobrado pelo produto.
“Estamos atentos aos valores do arroz branco após as enchentes no sul do país. O arroz é item essencial da cesta básica e um aumento sem justa causa do preço do produto afetaria diretamente a população. Até o momento, o cenário está estável no Distrito Federal, com uma variação de preços dentro da normalidade. A nossa orientação é que o consumidor pesquise antes de fazer a compra”, explica o diretor-geral do órgão, Marcelo Nascimento.
A maior variação de preços do saco de arroz branco de 5kg de uma marca específica foi de aproximadamente 45%, de R$ 28,79 a R$ 41,99. Alguns supermercados do Distrito Federal insistem em limitar a venda do produto, como, por exemplo, de cinco unidades por cliente. As autoridades, no entanto, já alertaram que a atitude não é necessária.
“No cenário atual, não vemos problema no limite do item para venda. Estamos em um momento de incertezas quanto a disponibilidade do arroz no comércio e, portanto, a medida é aceitável por enquanto”, afirma o diretor do Procon.
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