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Suplementos combinados diminuem efeitos do tumor cerebral agressivo

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Um estudo realizado pelo Centro Avançado de Tratamento, Pesquisa e Educação em Câncer, localizado na Índia, revelou que um suplemento contendo resveratrol e cobre possui a capacidade de alterar o comportamento do glioblastoma, um dos tumores cerebrais mais agressivos conhecidos.

Ao invés de tentar eliminar diretamente as células cancerígenas, os pesquisadores focaram em neutralizar o ambiente inflamatório que facilita a progressão do tumor. A pesquisa, publicada na revista Nature em 30 de setembro, envolveu 20 pacientes prestes a passar por cirurgia para remoção do tumor. Metade dos pacientes recebeu o suplemento quatro vezes ao dia durante aproximadamente 11 dias, enquanto o restante não utilizou nenhum suplemento, formando o grupo controle. Após a cirurgia, os tumores foram examinados em laboratório para identificar diferenças no crescimento e nos marcadores biológicos.

Os cientistas notaram mudanças significativas nos pacientes que tomaram o suplemento. O marcador Ki-67, que indica a velocidade de proliferação do tumor, estava cerca de um terço menor nas amostras desse grupo. Além disso, foi observada uma redução de aproximadamente 41% em moléculas que funcionam como ‘checkpoints imunológicos’, mecanismos que o tumor utiliza para escapar da ação do sistema imune.

Biomarcadores relacionados às características principais do câncer também diminuíram, assim como marcadores associados às células-tronco tumorais, que conferem ao glioblastoma maior resistência e capacidade de recidiva após o tratamento. Nenhum efeito colateral relevante foi registrado durante o estudo.

Os autores do estudo explicam que o resveratrol e o cobre parecem neutralizar partículas chamadas de ‘cromatina livre’, pequenos fragmentos de DNA liberados por células cancerosas mortas. Quando permanecem na região do tumor, essas partículas provocam um processo inflamatório que estimula outras células a se tornarem ainda mais agressivas. A diminuição desse estímulo pelo suplemento teria colaborado para tornar o tumor menos ativo.

Apesar dos resultados promissores, os especialistas ressaltam que o estudo ainda é limitado pelo pequeno número de participantes e não permite conclusões clínicas definitivas. Serão necessários testes em grupos maiores, por períodos prolongados e com métodos mais rigorosos de acompanhamento.

Se futuras pesquisas confirmarem esses achados, a combinação de resveratrol e cobre poderá se transformar em uma alternativa para melhorar o tratamento de pacientes que enfrentam um dos tumores mais desafiadores.

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