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Suprema Corte dos EUA aprova deportação de imigrantes para o Sudão do Sul

A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou na última quinta-feira (3) o governo do presidente Donald Trump a enviar um grupo de imigrantes de várias nacionalidades, que estavam detidos em uma base militar americana no Djibuti, para o Sudão do Sul, uma nação africana marcada por conflitos armados.
Essa decisão, tomada por juízes majoritariamente conservadores, veio dez dias após o tribunal permitir que o governo realizasse deportações para países diferentes daqueles de origem dos imigrantes.
Em maio, os oito imigrantes foram levados de avião desde os Estados Unidos para o Sudão do Sul, porém, quando uma corte suspendeu as remoções para terceiros países, eles foram realocados em uma base americana no Djibuti, um país africano vizinho da Eritreia, Somália e Etiópia.
O tribunal argumentou anteriormente que os imigrantes não tinham uma “oportunidade adequada” para contestar sua expulsão dos Estados Unidos.
Contudo, no dia 23 de junho, a Suprema Corte revogou essa suspensão e autorizou as deportações para países terceiros, decisão que foi contestada pelas juízas progressistas Sonia Sotomayor e Ketanji Brown Jackson.
Sotomayor declarou: “O que o governo está fazendo, na prática, é transferir os oito estrangeiros que foram ilegalmente removidos dos Estados Unidos do Djibuti para o Sudão do Sul, onde serão entregues às autoridades locais, sem consideração ao risco de tortura ou morte”.
Ela ainda acrescentou: “A decisão de hoje deixa claro que, enquanto outros devem seguir as regras, o governo conta com o apoio da Suprema Corte para suas ações”.
Autoridades americanas afirmam que esses oito homens são criminosos violentos condenados.
Dentre eles estão dois cubanos: Enrique Arias Hierro, acusado de homicídio e roubo à mão armada, e José Manuel Rodríguez Quiñones, condenado por tentativa de homicídio e tráfico de cocaína, conforme informações do Departamento de Segurança Interna.
Também consta na lista o mexicano Jesús Muñoz Gutiérrez, sentenciado à prisão perpétua por assassinato, além de dois birmaneses, um vietnamita, um laosiano e um sul-sudanês.
A administração de Trump defendeu a remoção dos imigrantes para países terceiros alegando que nem sempre os países de origem aceitam o retorno dessas pessoas.
A campanha presidencial de Trump teve como base a promessa de expulsar milhões de imigrantes sem documentação dos Estados Unidos, e desde que assumiu a presidência em janeiro, adotou várias medidas para acelerar as deportações.

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