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Surto de Hepatite A: São Paulo Lança Painel Online para Monitoramento de Casos

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O governo do Estado de São Paulo implementou um painel digital para acompanhar casos de hepatite A, além de outras doenças transmitidas pela água e alimentos, como febre tifóide e pólio. Esta ferramenta inovadora permite o monitoramento em tempo real da quantidade de casos, taxa de incidência por 100 mil habitantes, além de informações distribuídas por faixa etária, sexo e outros critérios.

Até o momento, em 2025, o estado registrou 974 casos de hepatite A, representando um aumento de 95,6% em comparação com 498 casos no mesmo período do ano anterior.

Surto na Capital

Atualmente, a cidade de São Paulo enfrenta um surto de hepatite A que afeta principalmente homens gays e bissexuais. Para conter a propagação, a prefeitura ampliou a vacinação para usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, bem como para homens que fazem sexo com homens. Entretanto, o risco se estende a qualquer pessoa que pratique sexo anal ou oroanal.

Entre janeiro e 15 de maio de 2025, foram confirmados 353 casos na capital paulista, resultando em três mortes, conforme divulgado no Boletim Epidemiológico da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). A maioria dos infectados é do sexo masculino (71,7%) e tem entre 18 e 39 anos (67,5%). No ano anterior, houve 618 casos com um óbito registrado.

O infectologista Rico Vasconcelos, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), explicou que práticas sexuais podem facilitar a transmissão do vírus, que é eliminado pelo ânus e pode alcançar a boca da pessoa não infectada. Ele destacou que o sexo oral, conhecido popularmente como ‘beijo grego’, aumenta o risco de contato com o vírus, principalmente porque uma pessoa infectada pode transmitir o vírus antes mesmo de apresentar sintomas claros.

Apesar disso, o especialista frisa que a hepatite A não deve ser rotulada como uma ‘doença de homem gay’. O risco de infecção varia conforme o contexto social, acesso ao saneamento básico e práticas sexuais. Indivíduos em áreas com saneamento precário também estão suscetíveis e deveriam ter acesso à vacinação.

Sobre as Hepatites Virais

A hepatite A é transmitida pela via fecal-oral, por meio de contato sexual ou ingestão de alimentos e água contaminados. A vacinação, recomendada a partir dos 12 meses de idade, é o método preventivo mais eficaz. Os sintomas comuns são febre, cansaço, náuseas e icterícia.

A hepatite B, por sua vez, é transmitida pelo sexo sem proteção e compartilhamento de objetos pessoais, sendo prevenível através de uma vacina aplicada em três doses.

A hepatite C é transmitida pelo contato com sangue contaminado, muitas vezes sem apresentar sintomas, e também pode ser prevenida e tratada dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) mediante diagnóstico precoce.

A hepatite D tem forma de transmissão semelhante à hepatite B e apresenta sintomas parecidos, incluindo fadiga e icterícia. Sua principal prevenção é a vacinação contra hepatite B, já que o vírus D depende do B para se multiplicar.

A Secretaria de Estado da Saúde destaca a importância da vacinação, que é gratuita e incluída no calendário infantil do SUS, como medida essencial para o controle dessas doenças.

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