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Suspeito de matar ex em laboratório da UnB será ouvido nesta quarta
Vinicius Neres é acusado de feminicídio e pode ser levado a júri popular.
Caso ocorreu em março; estudante foi expulso e confessou crime à polícia.
O estudante Vinícius Neres, suspeito de matar a ex-namorada Louise Ribeiro asfixiada em um laboratório da Universidade de Brasília (UnB) em março, deve ser interrogado nesta quarta-feira (21). A audiência marca a primeira fase do processo movido pelo Ministério Público, que acusa o jovem de feminicídio.
Neres cumpre prisão preventiva no Complexo Penitenciário da Papuda desde março. Após a audiência, o MP decide se dá procedimento ao processo – neste caso, o réu deve ser levado a júri popular. O órgão também pode determinar o arquivamento da ação ou a absolvição de Neres, a depender do resultado do interrogatório.
A audiência está marcada para as 14h, no Tribunal do Júri de Brasília, e será fechada ao público e à imprensa. Além do ex-aluno da UnB, expulso dias depois do crime, testemunhas do caso também serão ouvidas. O promotor de Justiça responsável pelo caso, Marcello Oliveira Medeiros, diz acreditar que o caso vá a julgamento no segundo semestre.
O MP denunciou Vinícius Neres por homicídio qualificado, com quatro agravantes: motivo fútil, uso de recurso que dificulta a defesa da vítima, asfixia e feminicídio. O réu também foi denunciado por ocultação de cadáver – o corpo foi transportado do laboratório até uma área de mata da UnB, segundo a ação.
Relembre o caso
Em março, a estudante Louise Ribeiro foi assassinada em um laboratório da Universidade de Brasília. Ela foi dopada com clorofórmio e, depois de inconsciente, teve 200 mL do produto químico injetados na boca, supostamente, por Vinícius Neres. O produto é tóxico e causa morte.
Segundo a investigação, Neres prendeu os pés e as mãos da menina e enrolou o corpo dela em um colchão inflável. Ele teria levado o corpo da estudante no carro dela até uma área de cerrado no Setor de Clubes Norte e abandonado o cadáver na mata.
Em depoimento, o rapaz afirmou ter colocado a vítima sentada com as mãos amarradas. Segundo a polícia, Neres pressionou o pescoço da vítima para que pudesse abrir a garganta e ingerir o líquido.
Depois do crime, o estudante colocou o corpo de Louise no chão e saiu para dar uma volta no carro dela pelas proximidades do instituto. O delegado disse que o passeio durou 12 minutos. O suspeito disse que chegou a tirar a calcinha da vítima e um absorvente interno, mas “decidiu” não violentá-la.
O corpo da estudante foi levado com as mãos atadas por uma presilha e os pés por um arame até a área de mata. O veículo foi abandonado no estacionamento do Instituto de Biologia e o estudante voltou para casa de ônibus, segundo informações dadas por ele mesmo em depoimento à Polícia Civil.
O jovem alegou que teve um “ataque de fúria” quando Louise Ribeiro, que se recusava a reatar o relacionamento, quis abraçá-lo. A Polícia Civil, porém, trabalha com a hipótese de que o crime tenha sido premeditado, já que as janelas do laboratório estavam vedadas com papel pardo.
Na Papuda, Neres ocupa sozinho uma cela de cinco metros quadrados, sem chuveiro elétrico e com bacia turca – sanitário que fica no chão.
Louise e o suspeito tiveram um relacionamento de dois meses, segundo a defesa dele, embora Neres tenha dito que o namoro tenha durado nove meses. Ele disse que ainda era apaixonado pela estudante. Algemado, o rapaz deu detalhes do crime em uma coletiva de imprensa sem aparentar nervosismo.
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