Suspeito de matar a ex-namorada em um laboratório da Universidade de Brasília, o estudante de biologia Vinícius Neres foi transferido neste domingo (13) para o Complexo Penitenciário da Papuda. Ele foi levado depois de o juiz do Núcleo de Audiência de Custódia do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Carlos Fernando dos Santos, converter a prisão em flagrante em prisão preventiva. A defesa do jovem abandonou o caso horas antes por “discordâncias com a família sobre a linha de defesa”.
O crime aconteceu na noite de quinta-feira, e o rapaz usou clorofórmio para dopar e depois asfixiar a garota. O corpo dela foi achado em uma área de cerrado no Setor de Clubes Norte. Na sexta-feira de manhã, o rapaz se entregou à polícia. Louise Ribeiro foi enterrada no final da tarde de sábado. Familiares e amigos levaram rosas brancas e se emocionaram durante o velório.
O caso gerou revolta em redes sociais. Uma página foi criada em suposto apoio ao rapaz. O responsável alega que o assassinato ocorreu como forma de defesa de honra e que Neres é inocente. Indignadas, várias pessoas informaram que pretendem denunciar o caso à Polícia Civil.
A corporação informou que não há investigação em andamento a respeito. Ambas as famílias podem, porém, solicitar à Justiça danos morais porque a iniciativa fere as imagens da jovem e do suspeito de matá-la.
Crime
A estudante Louise Ribeiro foi dopada com clorofórmio e, depois de inconsciente, teve 200 ml do produto químico injetados por Neres na boca. O produto é tóxico e causa morte. Neres então prendeu os pés e as mãos da menina e enrolou o corpo dela em um colchão inflável. Ele levou o corpo da estudante no carro dela até uma área de cerrado no Setor de Clubes Norte e o deixou na mata.
Ele chegou a atear fogo nas costas da estudante. Neres voltou ao Instituto de Biologia da UnB, onde deixou o carro de Louise e voltou para casa de ônibus. Nesta sexta de manhã, ele foi preso depois de confessar o crime. Na delegacia, em entrevista, o estudante disse não saber por que havia matado Louise. “Eu ainda não sei por que a matei”, afirmou. “Definitivamente, não foi pelo motivo de amor.”
Eles tiveram um relacionamento de dois meses, segundo o advogado, embora Neres tenha dito que o namoro tenha durado nove meses. Ele disse que ainda era apaixonado pela estudante. Algemado, Neres deu detalhes do crime sem aparentar nervosismo.
Ao ser perguntado se achava que tinha algum problema mental, afirmou que já havia pensado na hipótese. “Eu quis fazer um tratamento contra depressão, principalmente, mas nunca cheguei a fazê-lo. Então precisaria de uma avaliação.”
Segundo a Polícia Civil, Vinicius Neres marcou um encontro com Louise no laboratório do Instituto de Biologia às 18h30 da quinta-feira (10). Durante a conversa, o estudante falou para ela que iria se matar. “Eu mostrei o produto que ia utilizar e falei que ia me suicidar. Ela tentou me impedir, gritou para outras pessoas chegarem ao laboratório.”
O delegado-chefe da Delegacia de Repressão a Sequestros (DRS), Leandro Ritt, afirmou que o rapaz alegou ter tido um “ataque de fúria” no momento em que a vítima foi abraçá-lo. Nesse momento ele a dopou com clorifórmio e cometeu o crime, disse.
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