Suzane von Richthofen abandona estudos na prisão e comunica por carta

Condenada a quase 40 anos de prisão pelo assassinato dos pais em outubro de 2002, Suzane von Richthofen tentou iniciar um curso de administração a distância enquanto cumpria pena no regime semiaberto em 2017, após quase 12 anos encarcerada.

Contudo, devido à burocracia relacionada à autorização para cursar o ensino a distância, ela optou por desistir, levando essa decisão a um documento manuscrito ao qual o Metrópoles teve acesso.

Em suas palavras, “Declaro que desisto no momento de cursar o ensino superior aqui [cadeia] por causa da demora [para a autorização]. Eu tenho interesse em cursar o ensino superior, contudo como já fiz o pedido para o RA [Regime Aberto] desejo fazê-lo [curso superior] ao sair, quando eu for embora”.

Além de Suzane, outra detenta que havia solicitado estudar pedagogia também desistiu do processo em junho de 2017.

Suzane já cumpria pena no regime semiaberto desde 2015, tendo saído temporariamente da Penitenciária de Tremembé em algumas ocasiões.

Diferentemente do que consta na carta de desistência, Suzane iniciou seus estudos universitários ainda no regime semiaberto. Em 2021, ela foi autorizada a frequentar presencialmente uma universidade particular em Taubaté, São Paulo, assistindo às aulas durante o período em que ficava fora da prisão.

Em 2023, já beneficiada pelo regime aberto, transferiu seu curso para um campus em Itapetininga, próxima a Angatuba, onde residia. A faculdade comunicou a chegada da aluna e solicitou que professores e estudantes respeitassem sua situação e privacidade, embora fotos tenham circulado pelas redes sociais.

Suzane von Richthofen foi inicialmente sentenciada a 39 anos de prisão em regime fechado. Enquanto isso, Daniel Cravinhos, condenado a 39 anos e 6 meses, passou para o regime aberto em 2017. O irmão dele, Cristian Cravinhos, recebeu pena de 38 anos e 6 meses, tendo seu direito ao regime aberto revogado após ser preso por tentativa de suborno no mesmo ano.