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Tailândia e Camboja anunciam fim imediato das hostilidades na fronteira

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Tailândia e Camboja declararam neste sábado (27) um “fim imediato das hostilidades” no conflito na região de fronteira, que resultou em mais de 40 mortes e um milhão de pessoas deslocadas durante três semanas de enfrentamentos.

O atrito na divisa entre os dois países do Sudeste Asiático reacendeu no início do mês, com o uso de artilharia, tanques, drones e aviões de combate. Essa crise quebrou uma trégua anterior, atribuída ao então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A contenda tem origem numa velha disputa sobre a limitração de uma faixa de 800 km delineada na época colonial, além de envolver diversos templos históricos localizados ao longo da linha de fronteira.

“As partes concordam em permitir que os civis que vivem nas zonas fronteiriças afetadas voltem para suas residências o mais rápido possível, de forma segura e digna”, diz comunicado conjunto recebido pela AFP do lado cambojano, anunciando que a trégua entrou em vigor às 5h00 GMT (2h em Brasília).

Desde o recomeço dos combates em 7 de dezembro, centenas de milhares de moradores foram obrigados a dormir em acampamentos provisórios ou abrigos superlotados. Com o acordo, esses deslocados poderão passar o Ano Novo em suas casas.

O acordo, também assinado pelos ministros da Defesa, prevê o congelamento das posições militares, retirada de minas nas áreas de fronteira e cooperação policial para combater o crime cibernético.

Bangcoc ainda liberará 18 soldados detidos após 72 horas de cessar-fogo.

O ministro da Defesa tailandês, Nattaphon Narkphanit, afirmou que os três dias iniciais funcionarão como “período de observação para confirmar a veracidade do cessar-fogo” e classificou o acordo como “uma porta para uma solução pacífica” do conflito.

O jovem cambojano Oeum Raksmey, de 22 anos, que deixou sua casa com a família e está abrigado na província de Siem Reap, expressou sua alegria com a notícia, mas confessou ainda sentir medo e hesitação em confiar totalmente na parte tailandesa.

Até agora, 47 pessoas morreram em três semanas de confronto — 26 de Tailândia e 21 do lado cambojano. Ambos os países se acusam mutuamente pela intensificação dos combates.

Em julho, um conflito de cinco dias resultou em 43 mortes antes de uma trégua ser firmada também com a mediação do ex-presidente Donald Trump.

Apesar do acordo de cessar-fogo assinado em outubro em Kuala Lumpur na presença dos EUA, a Tailândia suspendeu a trégua após algumas semanas, quando seus soldados sofreram ferimentos por explosão de mina na fronteira. Tentativas de mediação posteriores, inclusive via telefonema de Trump em dezembro, não impediram a continuidade das hostilidades.

Sob forte pressão da China e da Malásia para encerrar o conflito, os dois países concordaram em um diálogo direto após encontro de crise convocado pelos ministros das Relações Exteriores da ASEAN.

Entretanto, a demarcação da fronteira e a soberania sobre templos históricos, como o de Preah Vihear, patrimônio mundial, permanecem questões pendentes, levando incertezas sobre a durabilidade do cessar-fogo.

O primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, garantiu: “Podem confiar na Tailândia. Sempre cumprimos nossos acordos. Que esta assinatura seja definitiva para restaurar a paz e permitir que nosso povo retorne às suas casas”.

A Tailândia se prepara para eleições legislativas marcadas para 8 de fevereiro.

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