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Economia

Tarcísio busca diálogo e se reúne com representante dos EUA

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), alvo de críticas após o aumento das tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na última sexta-feira, dia 11, que teve um encontro com o encarregado de Negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar, em Brasília.

Em uma publicação na rede social X, Tarcísio afirmou que "a responsabilidade é de quem governa" e que pretende conversar com as empresas paulistas sobre a taxação de 50% aplicada pelos americanos aos produtos brasileiros a partir de agosto.

“Acabo de me reunir com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília. Conversamos sobre as consequências da tarifa para a indústria e o agronegócio brasileiro, assim como os impactos nas empresas americanas. Vamos abrir um canal de diálogo com as companhias…"

De acordo com o governador, "discutimos os efeitos dessa tarifa para os setores industriais e agropecuários do Brasil e também as consequências para as empresas dos EUA. Pretendemos iniciar um diálogo com as empresas paulistas, fundamentado em dados concretos e argumentos sólidos, visando encontrar soluções eficientes. É fundamental negociar. Narrativas não vão resolver o problema."

São Paulo é o estado que mais sofrerá perdas caso Trump coloque em prática a promessa de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras.

Gabriel Escobar foi convocado pelo governo brasileiro em duas ocasiões na última quarta-feira: inicialmente para esclarecer a posição da embaixada sobre o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promovido por Trump, e em seguida para confirmar a autenticidade da carta do presidente americano sobre a tarifa.

Escobar ocupa o cargo de principal representante do governo dos EUA no Brasil desde janeiro, após o retorno da ex-embaixadora Elisabeth Bagley ao seu país. O presidente Trump ainda não indicou seu substituto.

Repercussões

Após culpar o governo anterior pelo anúncio das tarifas e se reunir com Bolsonaro, Tarcísio recebeu críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de membros do governo. Pesquisas sobre as eleições de 2026 apontam empate entre Lula e Tarcísio para a presidência.

Tarcísio não defendeu diretamente a tarifa imposta por Trump, mas responsabilizou Lula pela medida. Ele afirmou que "Lula priorizou sua ideologia em detrimento da economia, e este é o resultado. Teve tempo para apoiar regimes autoritários, apoiar a censura e atacar o maior investidor direto do Brasil. Outros países buscaram negociar. Não adianta culpar o Bolsonaro. Quem governa tem a responsabilidade. Narrativas não vão resolver a crise."

Comentários dos ministros

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu que Tarcísio "equivocou-se ao responsabilizar o governo brasileiro". Haddad acrescentou: "Ou se é candidato a presidente ou a súdito, não há espaço para submissão no Brasil."

Para Haddad, a medida de Trump constitui um ataque à soberania nacional, articulado por "grupos extremistas" internos. Ele acrescentou que a direita terá de admitir que cometeu um grande erro, já que a tarifa penaliza exportações de empresas e produtores de São Paulo, aliados de Bolsonaro.

Tarcísio rebateu: "Se Haddad estivesse cuidando da economia, talvez o Brasil estivesse em melhor situação. Temos um problema fiscal grave; ele deveria falar menos e agir mais."

Outro ministro, Rui Costa, da Casa Civil, também criticou Tarcísio. Ele declarou: "Lamento que o governador apoie uma tarifa que afetará negativamente a indústria e o agronegócio de São Paulo, em vez de proteger a população do seu estado e do país."

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