Tarcísio diz que Bolsonaro não precisava usar tornozeleira eletrônica

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), expressou nesta quarta-feira (25/11) suas dúvidas quanto à necessidade do uso da tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que está cumprindo prisão domiciliar. Segundo Tarcísio, a tentativa do ex-presidente de remover o aparelho foi um episódio de “oscilações de consciência”.

De acordo com o governador, Bolsonaro estava desorientado ao tentar violar o dispositivo. Esse ato foi uma das razões para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a prisão preventiva do ex-presidente no sábado (22/11).

Na terça-feira, Moraes finalizou o caso, tornando definitiva a pena de Bolsonaro, que permanecerá na sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Tarcísio comentou: “Qual a real necessidade da tornozeleira? Há escolta e vigilância constante. Bolsonaro convive com episódios frequentes que afetam sua qualidade de sono e faz uso de medicamentos que podem causar variações no estado de consciência. Foi um momento em que ele estava fora de si, enfrentando grande estresse e provações, o que o levou a mexer na tornozeleira desnecessariamente.”

Questionado se essa explicação justifica a tentativa de remover o aparelho, Tarcísio reiterou que o uso seria desnecessário. Ele também defendeu que o ex-presidente continue cumprindo prisão domiciliar devido à idade avançada e condições de saúde, ressaltando a importância de respeitar ex-presidentes.

“Talvez tenha havido uma antecipação desnecessária para transferir Bolsonaro. Sua prisão domiciliar deve ser vista como uma questão humanitária e de respeito devido aos seus 70 anos e estado debilitado. Colocá-lo na prisão poderia impedir que ele receba a medicação e alimentação adequadas. É essencial manter o respeito aos ex-presidentes”, enfatizou o governador.

Além disso, Tarcísio afirmou que continuará lutando pela anistia ao ex-presidente. Ele declarou: “Bolsonaro já está cumprindo pena e vamos questionar sua validade em outras instâncias. No Congresso, existe a discussão sobre anistia. Mas, enquanto isso, a pena deve ser cumprida em casa. Por que não adotar precedentes para pessoas com problemas de saúde e permitir que cumpram sua pena em prisão domiciliar?”