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Tarcísio pede prisão domiciliar e visita a Bolsonaro
No mesmo dia em que Jair Bolsonaro foi preso preventivamente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), atuou no Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa do ex-presidente, conforme reportado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Ele manteve ao menos uma conversa com o ministro Gilmar Mendes, buscando o retorno de Bolsonaro ao regime domiciliar, alegando que não havia intenção de fuga por parte do ex-presidente.
Tarcísio planeja visitar Bolsonaro durante o período de prisão cautelar nas próximas semanas, segundo seus aliados. O encontro estava agendado para 10 de dezembro na residência do ex-presidente, onde este cumpria prisão domiciliar.
A autorização para a visita foi concedida há cerca de dez dias pelo ministro Alexandre de Moraes, mas com a prisão preventiva, todos os encontros programados entre Bolsonaro, políticos e amigos foram suspensos.
Tarcísio pretende solicitar a inclusão de seu nome na lista oficial de visitantes da superintendência da Polícia Federal em Brasília. Entre os assuntos a serem abordados estará a saúde do ex-presidente e também a eleição de 2026.
Um aliado do governador afirmou que a conversa não focará diretamente nos planos eleitorais de Tarcísio, mas sim nas composições político-eleitorais em âmbito estadual, regional e federal, frisando que o ex-presidente terá que tomar decisões importantes em breve. Embora seja o principal nome para representar o bolsonarismo na disputa presidencial do próximo ano, Tarcísio ainda não recebeu a autorização de Bolsonaro e tem afirmado que buscará a reeleição como governador de São Paulo.
Com o quadro eleitoral indefinido, Tarcísio deve manter uma postura cautelosa, como nos últimos três meses, quando passou a declarar sua intenção de permanecer no governo estadual, aguardando a definição da candidatura presidencial da direita. Aliados veem nessa estratégia dois motivos: a prisão recente de Bolsonaro e o fator envolvimento dos filhos dele, que pode gerar instabilidade no cenário político.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputados aliados indicam que Tarcísio seguirá com uma abordagem dupla, acompanhando pesquisas nacionais diariamente e aguardando a anuência de Bolsonaro para qualquer candidatura presidencial. Eles avaliam que a reeleição como governador é um caminho menos arriscado do que disputar um cargo nacional neste momento.
Situação incomum e reações
Relataram que o incidente foi um episódio isolado, possivelmente causado pelo uso intenso de medicamentos para dor e ansiedade, ressaltando que Bolsonaro estava isolado e sem acompanhamento adequado em casa.
Os ministros consultados demonstraram surpresa com a situação, que classificaram como ‘estranha’ ou ‘incomum’.
Na segunda-feira, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), avaliou que o ato de tentar remover a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda foi uma medida extrema, mantendo o discurso de que Bolsonaro é alvo de perseguição política.
Segundo Zema, “vejo aquilo como uma situação extrema pelo que ele está passando. Mas é importante deixar claro que ele não tentou fugir. Parece um excesso, considerando que ele está em prisão domiciliar com vigilância constante e ainda assim precisa usar uma tornozeleira eletrônica”.
Antes da tentativa de violação, a expectativa era que o ministro Moraes determinasse até o meio da semana a prisão para cumprimento da pena de 27 anos e três meses, referente à acusação de envolvimento em tentativa de golpe para manter-se no poder após as eleições de 2022.
No entanto, o comportamento de Bolsonaro no fim de semana, quando admitiu ter mexido na tornozeleira durante a madrugada, levou Moraes a rever sua decisão, culminando na prisão preventiva na superintendência da Polícia Federal em Brasília por risco de fuga.
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