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Tarifaço: secretário responsabiliza Lula e prevê impacto no setor de laranja

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O secretário de Agricultura e Abastecimento do governo de São Paulo, Guilherme Piai (Republicanos), atribuiu ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o imposto de 50% sobre as exportações brasileiras anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump.

De acordo com o secretário do governador Tarcísio de Freitas, o segmento do agronegócio paulista que sofrerá o maior impacto é o da citricultura: 40% das vendas de laranja do estado, especialmente o suco, têm os EUA como destino final.

O setor de citricultura é o mais prejudicado por essa taxa. Em seguida, a proteína, que representa 13% das exportações de São Paulo para os Estados Unidos, está em segundo lugar. Em terceiro, empatam o café e os produtos florestais, explicou Piai ao Metrópoles.

Segundo dados da pasta, os EUA correspondem a 11,3% das exportações de São Paulo, atrás apenas da China (19,3%) e da União Europeia (12,7%). Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Piai reforça que a decisão de Trump de aplicar tarifas aos produtos brasileiros decorre de uma falha na diplomacia do governo federal, mesmo que o presidente dos EUA tenha mencionado o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) como motivo para a medida.

“Na minha opinião, a responsabilidade recai sobre o governo federal, considerando os sinais dados por Lula desde que Trump assumiu, como críticas ao dólar e apoio a países controversos. Agora estamos enfrentando as consequências. É preciso agir com análise técnica e dados para reverter essa situação”, declarou o secretário.

Tanto Tarcísio quanto Piai celebraram a posse de Donald Trump e veem oportunidades para o agronegócio brasileiro sob sua administração, ressaltando um período promissor para o crescimento do campo.

O secretário destacou que o governo está em diálogo com todas as entidades envolvidas, buscando soluções para o problema inesperado causado pela tarifa.

Repercussão na cadeia produtiva e no Porto de Santos

Conforme informações da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), entre janeiro e abril de 2025, o estado exportou R$ 8,7 bilhões em produtos agrícolas, sendo os EUA responsáveis por 15,3% desse montante, o que representa R$ 1,3 bilhão no período.

Em todo o ano anterior, as exportações do agronegócio paulista somaram R$ 30,6 bilhões, com R$ 3,2 bilhões direcionados ao mercado estadunidense.

O presidente da Faesp, Tirso Meirelles, acredita que ainda há espaço para negociação e duvida que a Casa Branca implemente efetivamente as tarifas previstas para agosto. Ele também cobra postura do governo federal para contornar a crise.

Meirelles ressalta que a aplicação da tarifa comprometeria grande parte das operações do Porto de Santos.

“Se a tarifa de 50% for aplicada, o que não acredito, isso comprometeria severamente o Porto de Santos. Em um ano e meio, o prejuízo na balança comercial entre os EUA e o Brasil pode chegar a R$ 40 bilhões”, explica.

Ele ainda destaca os danos possíveis para as cadeias produtivas relacionadas ao suco, cana e carne, alertando para uma possível desestruturação significativa desses setores, com grande impacto na produção.

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