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Tarifas de Trump são ataque à democracia, diz líder do PT

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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciada na quarta-feira (9) pelo presidente estadunidense Donald Trump. Segundo Farias, essa ação é um ataque não apenas à economia, mas também às instituições e à soberania do Brasil.

“Estamos diante de um ataque econômico, mas também um ataque às instituições, à democracia e ao Supremo Tribunal Federal. Temos confiança de que o governo adotará medidas contra essa postura. Isso vai além da economia, envolve a defesa das instituições e da soberania nacional”, afirmou ele.

No comunicado, Trump justificou a taxa mencionando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Ele também citou ordens do STF voltadas a apoiadores do ex-presidente que vivem nos Estados Unidos.

Farias declarou que o PT está expressando sua reprovação tanto a Trump quanto à extrema direita, e que dialogará com o Itamaraty e o governo brasileiro para formular uma resposta, acrescentando que haverá também posicionamento no âmbito legislativo.

Deputados de esquerda e de setores progressistas também manifestaram críticas à ação de Trump.

A deputada Duda Salabert (PDT-MG) repudiou políticos de direita que apoiam as políticas dos Estados Unidos, dizendo: “Este é o momento para identificar quem é patriota e quem não é; quem é subserviente aos Estados Unidos e quem defende o povo brasileiro.”

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu uma resposta firme do governo brasileiro, incluindo a possibilidade de medidas recíprocas, como a imposição de tarifas equivalentes. “O governo tem autonomia para usar medidas recíprocas e vai agir de forma resoluta. Também acredito que o STF não recuará”, afirmou a deputada.

Ela também ressaltou a necessidade de responsabilizar politicamente deputados ligados à direita que apoiam as ações de Trump, mencionando especificamente o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmando: “É crucial destacar a responsabilidade política desse grupo, que tem uma representação nos Estados Unidos, como o Eduardo Bolsonaro, que age contra os interesses do povo brasileiro.”

O deputado Pompeo de Matos (PDT-RS) revelou que irá apresentar uma moção de repúdio no parlamento contra as tarifas impostas por Trump. Ele classificou a medida como absurda e criticou o tratamento subserviente a que o Brasil estaria sendo submetido, ressaltando a necessidade de uma resposta firme do Congresso.

Processo no STF

O processo que envolve Bolsonaro e outros membros centrais do suposto complô golpista, conhecido como núcleo 1, entrou na fase de alegações finais após despacho do ministro Alexandre de Moraes divulgado em 27 de junho.

Com esse despacho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) dispõe de 15 dias para apresentar sua versão final sobre os fatos investigados. Em seguida, o delator do complô, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, terá o mesmo prazo para apresentar suas próprias alegações finais.

As defesas dos outros sete réus terão também 15 dias para entregar sua manifestação final ao Supremo Tribunal Federal, antes do julgamento pelo colegiado da Primeira Turma, composto por cinco ministros: além de Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

Todos os oito réus, incluindo Bolsonaro, foram denunciados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa violenta de abolir o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio protegido por tombamento. As penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

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