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Tarifas dos EUA e o impacto previsto pelo governo de São Paulo

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Meses antes de identificar-se como um dos principais afetados pelas tarifas impostas pelos EUA às exportações brasileiras, o governo de São Paulo já reconhecia que a política tarifária do presidente Donald Trump provocava uma alta instabilidade e incertezas no cenário global, capazes de influenciar negativamente a economia do estado.

Apesar de o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ter celebrado a eleição de Trump e até ter usado um boné com o slogan “Make America Great Again (MAGA)”, sua gestão econômica indicava, em abril deste ano, que as tarifas iniciadas pelos EUA contra alguns países, conjugadas com conflitos e tensões em diversas regiões, criavam um contexto incerto tanto geopoliticamente quanto economicamente para o mundo.

A Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz) ressaltava, no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026, que esse cenário mundial volátil e incerto resultava em custos elevados de produção e transporte, repercutindo na inflação e limitando o crescimento econômico sustentável.

O documento aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) destacou que as oscilações adversas da economia mundial afetam diretamente a economia paulista, em especial sua base industrial, influenciando desde o crescimento do PIB do estado até a arrecadação de ICMS por meio das importações, exportações, cadeias produtivas, consumo e investimentos.

Tarcísio e sua equipe também ressaltaram que, embora o ICMS não incida diretamente sobre vendas ao exterior, a atividade exportadora movimenta toda a cadeia produtiva e aumenta a massa salarial e os lucros. Além disso, a crescente dependência de insumos importados pela indústria relaciona a dinâmica de preços internos ao mercado internacional.

São Paulo é o estado brasileiro com maior risco diante do tarifaço de Trump, representando cerca de um terço das exportações brasileiras direcionadas aos EUA.

Após a medida ser anunciada, Tarcísio atribuiu nas redes sociais a responsabilidade à diplomacia do governo Lula, ignorando que o próprio presidente americano apontou o processo judicial no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos motivos para implementar a sobretaxa.

Essa postura do governador, considerado um potencial adversário de Lula na disputa de 2026, recebeu críticas severas da base lulista, que o acusou de abandonar os interesses do estado em favor de um alinhamento político bolsonarista, incluindo a lembrança da foto de Tarcísio usando o boné do MAGA e seu apoio a postagens de Trump contra o processo judicial contra Bolsonaro.

Posteriormente, Tarcísio buscou a união e negociação, encontrando-se em Brasília com Bolsonaro e reunindo-se com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA para discutir os impactos econômicos das tarifas em São Paulo.

Ele afirmou estar alimentando a embaixada americana com informações e defendeu a necessidade de priorizar os interesses do estado, empresas, produtores e famílias, mesmo diante das divergências políticas.

Tarcísio reforçou que superar a crise demanda união de esforços e sinergia, deixando de lado as questões políticas para buscar soluções conjuntas, pois o problema afeta diversos segmentos industriais e do agronegócio brasileiros.

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