Tarifas e golpe de Estado não estão ligados, diz Alckmin

Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou nesta sexta-feira, 11, que o governo brasileiro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram pegos de surpresa por uma decisão unilateral dos Estados Unidos, que recentemente impuseram uma sobretaxa de 50% sobre produtos importados do Brasil.

Alckmin esclareceu em entrevista à Rádio CBN que “não existe qualquer conexão entre a questão tarifária e assuntos jurídicos de outros poderes”. Ele ressaltou que se tratam de temas completamente distintos: um diz respeito ao golpe de Estado, o outro às tarifas comerciais. Para ele, a independência dos Poderes constitui a base fundamental do Estado Democrático de Direito.

O vice-presidente destacou que os Estados Unidos possuem superávit comercial na relação com o Brasil e mencionou que oito dos dez produtos mais exportados pelos EUA ao Brasil já possuem tarifa zerada. Por isso, classificou a medida como equivocada e injusta.

Alckmin também mencionou a existência da lei de reciprocidade, que assegura ao Brasil defender as empresas presentes no país, mas ressaltou que o país permanece aberto ao diálogo. Ele informou que as discussões com as empresas envolvidas terão início na próxima semana.

Além disso, enfatizou o compromisso do Estado brasileiro com o multilateralismo e o livre comércio, buscando aprimorar a complementaridade nas relações comerciais internacionais. Para Alckmin, o comércio exterior contribui para aproximar os povos e estimular a competitividade.

Quando questionado sobre a possibilidade de um contato entre o presidente Lula e o presidente americano, Donald Trump, ele não confirmou nenhuma conversa prevista, mas afirmou que o diálogo entre os dois países nunca foi interrompido.