Taurus vai mudar linha de armas para os EUA por causa de tarifa

Devido a uma tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre as exportações brasileiras, a fabricante de armas Taurus decidiu transferir sua principal linha de montagem, localizada no Rio Grande do Sul, para os Estados Unidos. Com essa decisão, as ações da companhia caíram 4,44% na tarde desta sexta-feira, sendo negociadas a R$ 4,73.

Em nota, o CEO global da Taurus, Salesio Nuhs, explicou que a empresa já vinha tomando medidas para reduzir os impactos da nova política americana desde que as discussões sobre a tarifa começaram.

Ele mencionou que, desde abril, a Taurus aumentou os estoques de produtos prontos nos Estados Unidos para garantir o fornecimento ao mercado americano. Além disso, para evitar a tributação de 50%, a empresa antecipou a exportação de algumas peças e componentes, como carregadores.

“Temos aproximadamente 90 dias de estoque, o que permitirá autonomia de alguns meses com produtos disponíveis antes da aplicação da nova tarifa”, explicou Nuhs.

Agora, a empresa iniciará a transferência da fabricação das armas da linha G, seu principal produto, do Rio Grande do Sul para os Estados Unidos. A partir de setembro, cerca de 900 unidades por dia serão produzidas nos EUA, entre as 2,1 mil que eram produzidas no Brasil e destinadas ao mercado americano.

Nuhs defende que essas ações e outras que eventualmente venham a ser tomadas garantirão a continuidade dos resultados financeiros e a geração de caixa da Taurus.

O comunicado também destaca que a empresa está em diálogo com autoridades do governo brasileiro, ressaltando sua importância estratégica e apontando que a alta tributação, seja sobre armas ou componentes, dificulta as exportações para os EUA.

O texto cita conversas com líderes, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Fernando Haddad, além de negociações com o governo do Rio Grande do Sul para viabilizar a liberação de créditos de ICMS, ajudando a melhorar o fluxo de caixa da empresa.