Economia
Taxa de juros deve ficar alta por mais tempo, afirma Galípolo

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta quarta-feira que a inflação no Brasil está se ajustando lentamente para alcançar a meta estipulada. Devido a esse ritmo gradual, a autoridade monetária optou por manter os juros em níveis elevados por um período estendido.
A fala aconteceu na abertura do Congresso e Expo Fenabrave, em São Paulo, evento organizado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
— Temos ressaltado que a taxa de juros deverá permanecer elevada por um tempo prolongado, porque ainda estamos em um cenário onde a meta não foi completamente atingida. Essa lenta aproximação da inflação à meta exige uma política monetária mais rigorosa — explicou o economista. Atualmente, a Selic está fixada em 15% ao ano.
Gabriel Galípolo destacou que tanto as projeções do mercado quanto as do Banco Central indicam que a inflação vai continuar acima da meta em 2026 e 2027. Mais cedo, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, comentou que o Banco Central está começando a controlar as expectativas, o que sugere que a atual abordagem está começando a trazer resultados positivos.
No entanto, Galípolo reforçou que é difícil explicar como a economia brasileira mantém um crescimento sólido do Produto Interno Bruto (PIB) mesmo com as taxas de juros elevadas.
O presidente do Banco Central também ressaltou que políticas tributárias mais justas e programas sociais que promovem a redistribuição de renda aumentam a tendência das pessoas a consumirem, o que impulsiona a economia.
Nesse sentido, afirmou que cabe ao Banco Central analisar com clareza os impactos dessas medidas na atividade econômica.
— Ao implementar uma política tributária mais justa e programas que favorecem a distribuição de renda, aumenta-se a propensão ao consumo, o que traz mais dinamismo para a economia. A literatura e os estudos acadêmicos recomendam que políticas fiscais sejam progressivas. Não se trata de uma opinião, mas de uma análise objetiva que o Banco Central deve realizar para entender os efeitos econômicos desses programas — concluiu.

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