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Taxa de mulheres sem filhos cresce 36% em 12 anos

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou, nesta sexta-feira (27/6), os dados do Censo Demográfico de 2022 sobre fecundidade e migração no Brasil. Os números apontam um aumento de 36,4% em 12 anos na proporção de mulheres sem filhos.

Em 2010, o percentual de mulheres entre 50 e 59 anos que não tiveram filhos era de 11,8%. Em 2022, esse índice subiu para 16,1%, indicando um crescimento significativo nessa faixa etária no país.

Por estado, o Rio de Janeiro registrou a maior parcela em 2022, com 21% das mulheres nessa faixa etária sem filhos, enquanto Tocantins apresentou o menor índice, com 11,8%. A tendência de crescimento foi observada em todas as regiões brasileiras entre os censos, com elevação consistente da taxa.

Distribuição regional

  • A Região Norte apresentou o menor percentual em 2000 (6,1%) e 2010 (8,6%), mas subiu para 13,9% em 2022, superando a Região Sul, que passou a ter o menor percentual (13,4%).
  • A Região Sudeste manteve a maior taxa do país, acima da média nacional, registrando 18% em 2022.
  • O Nordeste ficou com o segundo maior percentual, acompanhando a ordem observada em censos anteriores, com 15,6% em 2022.

Causas apontadas pelo IBGE

Segundo o IBGE, o aumento do número de mulheres sem filhos ao término do período reprodutivo está ligado ao adiamento da maternidade e à diminuição do desejo de ter filhos. O número médio de filhos por mulher entre 50 e 59 anos caiu de 4,2 em 2000 para 2,2 em 2022.

A Região Norte teve o maior número médio de filhos nesse grupo (2,9), enquanto o Sudeste registrou o menor (2,0) no último censo.

Tendência na fecundidade

O Censo de 2022 também mostrou que o Brasil alcançou a menor taxa histórica de fecundidade, com 1,55 filhos por mulher. Desde 1960, essa é a taxa mais baixa já documentada.

A redução da fecundidade ocorreu em momentos e velocidades variadas nas regiões do país, com Sul e Sudeste liderando a diminuição, especialmente entre grupos com maior renda e educação.

Mães estão tendo filhos mais tarde

Os dados indicam uma mudança no perfil das mães brasileiras, que vêm adiando a idade da maternidade. Em 2010, a maior fecundidade estava entre mulheres de 20 a 24 anos; em 2022, o pico passou para a faixa de 25 a 29 anos, representando 24,4% dos nascimentos.

Além disso, houve uma redução da fecundidade em mulheres com menos de 24 anos e um aumento entre as maiores de 30 anos. A idade média para ter filhos subiu de 26,3 anos em 2000 para 28,1 anos em 2022, um crescimento de 1,3 ano.

O crescimento da idade média foi mais acentuado no Centro-Oeste (2,7 anos) e menos no Norte (1,2 anos). Apesar disso, Norte, Nordeste e Centro-Oeste mantêm idades médias mais baixas comparadas ao Sudeste e Sul, onde a maternidade tende a ocorrer mais tarde.

Idade média por raça e escolaridade

A pesquisa mostra que mulheres de todas as raças no Brasil (brancas, pretas e pardas) têm optado por ter filhos em idades cada vez mais avançadas.

Quanto à escolaridade, a partir de 2010, mulheres com maior nível educacional têm filhos mais tarde. Em 2000, mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto tinham idade média para ter filhos superior aos demais grupos, mas esse cenário mudou consideravelmente desde então.

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