Conecte Conosco

Economia

Taxas futuras caem sem liderança clara nos negócios

Publicado

em

Em um dia tranquilo para indicadores domésticos, com pouca liquidez e sem uma liderança definida para o mercado, a curva de juros local apresentou uma movimentação mais moderada nesta sexta-feira (15). Apesar de pequenas oscilações, a tendência foi de queda nas taxas futuras, apoiada na expectativa do mercado pelo início do ciclo de redução da Selic. Com isso, a curva se desvinculou do comportamento externo, onde os rendimentos dos Treasuries subiram, e também foi beneficiada pela valorização do real.

Ao final do dia, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 variou de 14,891% para 14,895%. Para janeiro de 2027, passou de 13,94% para 13,91%. O DI de janeiro de 2028 caiu de 13,205% para 13,175%, e o DI de janeiro de 2029 diminuiu de 13,13% para 13,09%.

Na análise semanal, houve alívio em grande parte dos prazos futuros. A taxa para janeiro de 2027 se manteve abaixo dos 14%, um patamar não visto desde o fim de maio. Os DIs de janeiro de 2028 e 2029 caíram 13 e 10 pontos-base, respectivamente. O DI para janeiro de 2031 fechou 4 pontos-base em queda.

Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, afirma que apesar de indicadores recentes mostrarem fraqueza na atividade dos EUA, o principal fator que influenciou o mercado de juros brasileiro foi local. “Pela primeira vez, vemos que a atividade e a inflação no Brasil estão caminhando na direção desejada pelo Banco Central e pelo mercado”, destaca. Ele faz referência aos dados da última semana, como o IPCA de julho abaixo do esperado, as vendas no varejo de junho também menores do que o previsto, e o setor de serviços apresentando resultados mistos.

Olivares ressalta que os sinais de desaceleração econômica aumentam as apostas em cortes de juros, como já indicado pela curva de juros. Observando a postura firme do Banco Central, as expectativas de inflação estão diminuindo para 2025 e 2026, conforme o boletim Focus. Se essa tendência continuar a se estender para o longo prazo, poderá fortalecer a credibilidade do Banco Central, possibilitando o relaxamento da política monetária.

A equipe econômica do Santander destaca que a queda nos juros futuros na semana foi influenciada pelo resultado do IPCA de julho, que subiu 0,26%, abaixo do piso estimado. Além disso, a média dos principais núcleos de inflação tem permanecido em torno de 4% nos últimos três meses, ou seja, dentro da meta. O banco também aponta a performance mais fraca das vendas no varejo em junho e um desempenho misto no setor de serviços, com sinais de deterioração em alguns segmentos.

Os economistas do Santander comentam que o movimento de queda na curva também foi beneficiado por um ambiente global favorável à redução dos juros nos EUA. Como resultado, os agentes de mercado aumentaram a expectativa total de cortes na Selic, passando de 2,55 para 2,75 pontos percentuais de redução implícita na curva de juros entre uma semana e outra.

Apesar do índice de preços ao produtor nos EUA ter superado as expectativas recentemente, conforme relatório da Monte Bravo Corretora, prevalece a visão de que, diante do enfraquecimento do mercado de trabalho e do repasse limitado da inflação ao consumidor, o Federal Reserve deve iniciar o ciclo de cortes de juros em setembro.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados