Tesoureiro do PCC preso em apartamento no Morumbi enquanto dormia

Alex Amaro de Oliveira, 40 anos, conhecido como Barba e tesoureiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi detido em um apartamento luxuoso no Morumbi, zona sul de São Paulo, enquanto dormia.

Ele é suspeito de comandar transferências de recursos provenientes de pontos de venda de drogas na Baixada Santista, no ABC e na capital paulista para contas ligadas à facção criminosa.

A identificação das atividades de Barba decorreu de uma investigação da 2ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos.

A prisão ocorreu com apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil e foi registrada em vídeo. Segundo o delegado Leonardo Rivau, titular da 2ª Dise, o suspeito foi surpreendido dormindo, não oferecendo resistência ao ser capturado, e posteriormente encaminhado a uma cadeia em São Paulo.

Durante a operação policial, foram apreendidos celulares, notebooks, relógios de luxo, peças metálicas douradas, porções de skunk e maconha, além de um veículo Tesla avaliado em R$ 370 mil. No apartamento também foram encontrados documentos de uma Porsche Carrera e registros manuscritos detalhando o contas e movimentações financeiras ligadas ao tráfico, além de chips telefônicos, dinheiro em espécie e comprovantes eletrônicos de pagamentos a membros da organização criminosa.

Nos aparelhos celulares apreendidos, os investigadores identificaram conversas referentes à movimentação de drogas, aquisição de armas e monitoramento de ações policiais por meio de câmeras clandestinas instaladas em comunidades.

A Polícia Civil destaca que as evidências confirmam a estrutura hierárquica da facção e a ligação direta dos envolvidos com a organização criminosa.

Wesley Roberto Teixeira, 33 anos, conhecido como Irmão Vinícius e apontado como braço direito de Barba, também foi preso. Ele atuava na arrecadação do dinheiro da venda de drogas, tanto pessoalmente quanto por telefone, e elaborava relatórios manuscritos das movimentações financeiras.

Barba era responsável por transferir os valores arrecadados para contas do PCC, o que está gerando uma nova linha de investigação para identificar contas bancárias, superiores hierárquicos e destinatários dos recursos.

Ambos são investigados por tráfico, associação para o tráfico e promoção de organização criminosa, sendo considerados peças-chave na atuação do PCC na Baixada Santista e em São Paulo, com presença em comunidades como a Favela da Felicidade e Jardim Ibirapuera, na zona sul da capital.

Barba assumiu o cargo de tesoureiro da organização há poucos meses, após a morte do anterior, Alexsandro Roberto Ferreira, conhecido como Palito, assassinado em novembro no Jardim São Luís. Antes de sua morte, Palito planejava ataques contra autoridades, conforme revelou uma operação da Polícia Federal.

A defesa de Barba afirma que os bens apreendidos têm origem lícita e que a prisão preventiva é injustificada, sustentando a inocência do acusado e afirmando que as medidas legais serão adotadas para contestar a prisão. A defesa de Wesley Roberto Teixeira não foi localizada.