Tecnologia
Testamos o primeiro smartphone top de linha com sistema Ubuntu
Agora é oficial: o Ubuntu para celulares não é mais “vaporware”, aquele tipo de produto tecnológico anunciado mas que nunca dá as caras em público. Demorou, mas finalmente a distribuição mais popular do Linux nos desktops achou seu caminho para um smartphone top de linha.
A parceira que concretizou o projeto não é gigante do mercado reconhecida no Ocidente, mas uma das chinesas que mais tem se destacado nos últimos anos, a Meizu. A empresa tem um dos celulares mais potentes do mundo em relação a poder bruto, o MX4, e decidiu oferecê-lo também na versão Ubuntu para os entusiastas da plataforma.
Tudo funciona de forma impressionantemente rápida, graças a um processador octa-core Mediatek 6595, o mesmo que garante um dos desempenhos mais impressionantes do mercado no MX4 normal, com Android. Ele também tem 2 GB de memória RAM e bateria de 3100 mAh. Ele vem nas opções de 16 GB, 32 GB e 64 GB de armazenamento e, infelizmente, não tem uma entrada para cartão microSD.
Sua tela é bem grande, com 5,36 polegadas, preenchida com uma resolução de 1920 x 1152, com uma densidade de 418 pixels por polegada e boa rerodução de cores.
Para fotografar, o MX4 utiliza um sensor da Sony de 20,7 megapixels e em nossos testes o resultado foram bons, mas não tivemos tempo suficiente para comparar o desempenho com outros tops de linha reconhecido pela qualidade da câmera, como o iPhone, os Lumias e o próprio Xperia.
O aparelho é bastante leve, pesando 147 gramas, e muito bem construído, mas não dá para afastar a sensação de que houve uma inspiração profunda (para não dizer cópia) de design na Apple e seu iPhone 6, com laterais arredondadas e uso de ligas de alumínio em seu acabamento e até mesmo um botão “Home” redondo que não tem função real.
Sim, o botão ainda não tem nenhuma funcionalidade além de piscar uma luz quando pressionado. Isso provavelmente acontece porque o aparelho ainda não chegou à sua versão final, pronta para o lançamento. Espera-se que isso seja ajeitado até lá, no entanto. Isso acontece porque o botão tem aplicação na versão do aparelho com Android, mas o Ubuntu Phone é um sistema totalmente diferente, que funciona de forma bem distinta do software do Google.
Falando em software, é exatamente neste ponto que está o verdadeiro diferencial do aparelho, claro, para o bem e para o mal. O grande realidade é que o Ubuntu Phone ainda não está totalmente pronto, e a própria Canonical reconhece isso, afirmando que o sistema operacional só estará preparado para uso do consumidor comum em cerca de 1 ano.
Com isso, vemos os problemas presentes em todo novo software. Bugs ainda são comuns, o que deixa a experiência de uso um pouco turbulenta. Um dos erros que achamos em nosso breve período de uso foi a deformação de algumas páginas abertas no navegador. Além disso, há a velha barreira para qualquer sistema móvel que não seja Android ou iOS: aplicativos. A loja do Ubuntu ainda é pobre em opções, o que é compreensível, já que se trata de um software incompleto, com pouquíssimos usuários e desenvolvedores dedicados.
Tirando isso, o Ubuntu em celulares parece promissor, mas leva algum tempo para se acostumar, principalmente em relação à navegação pela interface, que é totalmente diferente de Android, iOS e Windows Phone. Enquanto os três sistemas dependem de botões fixos na área inferior do aparelho, o Ubuntu Phone confia no deslizar de dedo na tela para realizar as mesmas funções. É diferente, inicialmente confuso, mas é bom ver alguém se mexendo para fazer algo fora do padrão.
Fonte: G1
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