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Testemunhas não querem depor pela serial killer de São Paulo

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Até o momento, não há registro no processo de nenhuma pessoa que tenha aceitado atuar como testemunha de defesa de Ana Paula Veloso Fernandes ou Roberta Cristina Veloso Fernandes. Fontes jurídicas que acompanham o processo afirmam que, apesar do advogado das acusadas ter sondado perfis próximos às mulheres, não houve voluntariado para depor favoravelmente.

Mesmo o ex-marido de Ana Paula Veloso Fernandes, como apurou a reportagem, recusou-se a fornecer qualquer depoimento em defesa ou a assinar compromisso de testemunhar a seu favor.

Segundo pessoas ligadas à investigação, esse silêncio voluntário ou desistência de depoimento pode agravar a situação das acusadas, já que o laudo da acusação se apoia fortemente em provas documentais, digitais e periciais. A ausência de testemunhas de defesa enfraquece eventuais estratégias de contestação do conjunto probatório.

Conforme já publicado pelo Metrópoles, a fim de aprofundar os elos internacionais envolvidos no caso, a Polícia Federal, por meio do Núcleo de Cooperação Internacional (Interpol) em São Paulo, solicitou à Justiça estadual cópia da denúncia, da pronúncia e, se houver, da eventual sentença proferida contra Ana Paula Veloso Fernandes. Esse procedimento se deu diante da morte de uma das vítimas, o tunisiano Hayder Mhazres, e da necessidade de prestarem informações à Embaixada da República Tunisiana no Brasil.

Paralelamente, a Justiça de São Paulo acolheu a denúncia formulada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) contra ambas as irmãs, por quatro homicídios qualificados — com base no inquérito conduzido pelo 1º Distrito Policial de Guarulhos.

Presos

Ana Paula Veloso Fernandes foi transferida para a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, unidade conhecida como “presídio dos famosos”. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) confirmou o encaminhamento, embora não tenha divulgado a data exata da transferência.

Roberta Cristina Veloso Fernandes, por sua vez, está custodiada em uma penitenciária feminina localizada na zona norte da capital paulista, na região de Santana.

Vítimas e modo de agir

A investigação mostra que as mortes atribuídas às irmãs tiveram um padrão definido, com a aproximação das vítimas por meio de amizade ou relacionamento via aplicativo, administração de toxinas — semelhantes ao veneno de rato chamado “chumbinho” — em alimentos ou bebidas, e posterior vantagem econômica ou patrimonial.

As quatro vítimas são: Marcelo Hari Fonseca, encontrado morto em janeiro em Guarulhos; Maria Aparecida Rodrigues, morta em abril no mesmo município; Neil Corrêa da Silva, morto em 26 de abril em Duque de Caxias (RJ) após suposta feijoada envenenada, e Hayder Mhazres, morto em maio na capital paulista, depois de encontro via app, no qual Ana Paula Veloso Fernandes fingiu gravidez para ganhar a confiança da vítima.

No processo, Roberta Cristina Veloso Fernandes aparece como “consultora” ou “operacional”, definindo valores mínimos por homicídio, por volta de R$ 4 mil, orientando pagamento em espécie para evitar rastros financeiros, e bloqueio de comunicações digitais. Ana Paula figura como a principal executora dos envenenamentos.

Percepção da realidade

O advogado Almir da Silva Sobral afirmou ao Metrópoles, quinta-feira (13/11), que fez uma videoconferência com Ana após sua transferência. “Ela está assustada e, somente ao observar sua expressão, percebi que agora ela entende a gravidade da situação.”

Segundo o defensor, Ana não tinha clareza do que havia feito e reforçou que a cliente não admitiu nenhum dos assassinatos. “Ela apenas explicou como aconteceram.”

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