Os segmentos de Alimentação e bebidas e de Transportes foram os maiores responsáveis pela alta dos preços no mês, de acordo com o IBGE
Feijão carioca: preço do alimento mais que dobrou no primeiro trimestre, atingindo a maior alta desde o Pano Real para o período (iStock/GettyImages/Reprodução)
São Paulo – A inflação oficial no Brasil, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,75% em março. Trata-se da a maior taxa para o mês desde 2015, quando chegou a 1,32%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,58%, bem acima da estimativa do mercado para a taxa em 2019, de acordo com o último relatório Focus, de 3,90%. A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
Tomate, feijão e gasolina pesaram
Todos os grupos pesquisados no IPCA subiram de preço, exceto Comunicação (-0,22%). Mas os maiores vilões da alta foram os segmentos de Alimentação e bebidas e de Transportes. Com avanços de 1,37% e 1,44%, respectivamente, os dois grupos responderam por 80% do índice do mês. No primeiro grupo, os destaques foram tomate (31,84%), batata-inglesa (21,11%), feijão-carioca (12,93%) e frutas (4,26%).
O preço do feijão carioca, segundo destaca a pesquisa, mais que dobrou no primeiro trimestre, atingindo a maior alta desde o Plano Real para o período, em razão de problemas na safra e dos estoques baixos.
O grupo de Transportes acelerou em março, após deflação de 0,34% em fevereiro, levado, principalmente, pela alta de 3,49% nos combustíveis. O resultado foi influenciado pelo aumento no preço da gasolina (2,88%) e do etanol (7,02%). “O índice de março reflete em parte o aumento de 10,82% no preço da gasolina na refinaria, concedido pela Petrobrás entre 27 de fevereiro e 29 de março, período de coleta do IPCA”, explica o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, na pesquisa divulgada nesta quarta.
Segundo o IBGE, outras contribuições para a taxa positiva no grupo Transportes vieram do aumento nos preços nas passagens aéreas (7,29%) e ônibus urbanos (0,90%).
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