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Trabalhadores na Venezuela enfrentam detenção ilegal, dizem sindicatos
Vários sindicatos na Venezuela relataram nesta sexta-feira (12) a detenção ilegal e o desaparecimento forçado de 160 trabalhadores e 20 líderes sindicais ao longo dos últimos anos, incluindo José Elías Torres, secretário-geral da principal central operária do país.
Defensores dos direitos humanos apontam para um padrão constante de prisões arbitrárias na Venezuela. Conforme dados da organização não governamental Foro Penal, há atualmente 889 presos políticos no país. Além disso, uma missão de especialistas da ONU alertou em setembro que a perseguição política no país tem se intensificado recentemente.
Representantes de 33 sindicatos planejam recorrer à Organização Internacional do Trabalho (OIT) para buscar proteção aos seus direitos, conforme informado em entrevista coletiva.
José Elías Torres, dirigente da Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV), foi preso em 29 de novembro pela Polícia Nacional Bolivariana em sua residência em Caracas, e seu paradeiro permanece desconhecido, segundo as declarações dos sindicalistas.
O líder sindical Pedro Eusse afirmou que a detenção de José Elías Torres não é um caso isolado, mas sim parte de uma ofensiva que mantém dirigentes e trabalhadores sindicais presos sob processos judiciais.
Esta perseguição visa desintegrar o movimento sindical, gerar medo e enfraquecer a organização democrática dos trabalhadores, completou o dirigente.
Em 2019, a OIT publicou um relatório denunciando violações de convenções assinadas pela Venezuela, incluindo restrições à liberdade sindical.
As organizações sindicais concordaram em unir forças na defesa da autonomia sindical e na garantia de liberdade para todos os membros do movimento sindical que estão detidos, convocando uma mobilização nacional para 15 de janeiro.

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