Trabalhadores protestam em La Paz contra retirada de subsídios aos combustíveis

Trabalhadores de diversos segmentos realizaram uma marcha nesta segunda-feira (22) em La Paz, exigindo que o governo de centro-direita da Bolívia revogue a medida que dobrou os preços dos combustíveis.

Os manifestantes percorreram as ruas de El Alto até o centro de La Paz, expressando seu descontentamento com a decisão da semana anterior de suspender os subsídios para gasolina e diesel.

O presidente Rodrigo Paz encerrou a política de subsídios, vigente por mais de 20 anos, alegando que ela esgotou as reservas de dólares do país.

Óscar Chavarría, líder das cooperativas de mineração privadas, declarou à AFP: “Estamos revoltados com o decreto […] que lamentavelmente está prejudicando principalmente os trabalhadores e aqueles que vivem do dia para o dia”.

Os manifestantes ocuparam pacificamente áreas próximas ao palácio do governo, cantando slogans como “Fuzil, metralha, o povo não se cala!”.

Os trabalhadores das mineradoras públicas temem que o fim dos subsídios prejudique essas empresas.

Simón Choque, um operário de 40 anos da mina Colquiri na região de La Paz, comentou: “Se continuar assim, teremos demissões nas empresas estatais”.

Hilarión Mamani, um indígena quéchua de 42 anos, também se uniu aos protestos, afirmando: “Estamos exigindo a revogação desse decreto terrível”.

O presidente cortou os subsídios para tentar superar a pior crise econômica dos últimos 40 anos, após governos de esquerda liderados por Evo Morales (2006-2019) e Luis Arce (2020-2025).

Como consequência inicial, os preços dos transportes públicos e alimentos aumentaram.

Durante os protestos de hoje, foram registrados 16 bloqueios de estradas em toda a Bolívia, principalmente na região de Cochabamba (centro), que conecta o leste ao oeste do país, conforme informado pela estatal Administradora Boliviana de Rodovias.