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Traficantes usam pirarucu para esconder drogas e enganar cães farejadores

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O crime organizado encontra diversas maneiras para transportar cocaína pelos rios da Amazônia com segurança, buscando evitar a apreensão. Uma das táticas empregadas é o uso dos carregamentos de pirarucu, um peixe típico da região, para iludir cães farejadores e garantir o fim da rota de entrega.

Após a retirada das vísceras, o pirarucu é cortado em lâminas ou mantas e armazenado entre camadas de gelo. A cocaína é escondida sob essas pilhas de peixe, dificultando a detecção pelos cães treinados pela Polícia Militar. Dessa forma, os traficantes conseguem passar suas cargas pelos rios amazônicos com mais facilidade.

Além disso, na Amazônia, o tráfico de drogas frequentemente anda junto com a pesca ilegal e outros crimes ambientais, pois estes utilizam as mesmas rotas fluviais. Os criminosos concebem diversas formas criativas para disfarçar a cocaína: em espigas de milho, caixas de cebola ou banana, dentro de tanques de combustível ou aparelhos de ar condicionado, entre outras. Um dos métodos mais eficientes é esconder a droga sob pedras de rio dentro das embarcações.

Barcos com fundos falsos ou compartimentos ocultos sob o casco também são empregados para transportar a droga. Outra técnica consiste em ocultar cocaína dentro de botijões de gás que cruzam o Rio Solimões em grandes embarcações, abastecendo cidades e comunidades ribeirinhas.

Em uma dessas operações, policiais receberam informações sobre um barco carregado com cocaína escondida em botijões de gás. Após a inspeção com cães farejadores, foi constatado que o gás saía normalmente, mas as drogas estavam posicionadas na parte inferior dos botijões. A carga foi levada para Manaus e posteriormente os estudantes do curso de formação da Polícia Militar retiraram os botijões. A droga foi separada de forma segura, totalizando cerca de uma tonelada.

Marta Machado, Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, declarou durante o Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em Manaus, que o crime organizado influenciou o governo a abandonar iniciativas para incentivar a cadeia produtiva do pirarucu. A vulnerabilidade das populações locais e o medo de envolvimento são consequências diretas da presença do tráfico, que frequentemente recruta indígenas e ribeirinhos.

Marta destacou que o transporte do pirarucu está fortemente associado ao ilícito, configurando uma complexa rede de crimes que combina tráfico de drogas, crimes ambientais, garimpo ilegal e tráfico de fauna. Ela ressaltou que as rotas usadas para comercializar o peixe são as mesmas utilizadas pelos traficantes de cocaína.

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