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Tráfico domina fronteira no Amazonas com menos policiais que na Paulista

O batalhão que cuida da segurança nos municípios da região do Alto Solimões, no Amazonas, possui apenas 156 policiais militares para vigiar uma área colossal de 96 mil quilômetros quadrados, tamanho similar ao território de Portugal. Comparando, apenas os 3 km da Avenida Paulista, em São Paulo, têm mais policiais em operação delegada voltada para fiscalização do comércio ambulante.
Essa discrepância na presença policial entre a principal via da capital paulista e a área que é porta de entrada para a cocaína no Norte do Brasil mostra a complexidade da situação ao tentar controlar o crime nas fronteiras da região.
A Polícia Militar enfrenta desafios que vão além da quantidade de efetivo disponível no Alto Solimões, motivo pelo qual a Secretaria Estadual de Segurança Pública solicitou auxílio ao governo federal, que inclui o apoio das Forças Armadas na área.
No Amazonas, as distâncias são enormes. O estado possui até dois fusos horários, com Tabatinga, onde está a sede do batalhão, uma hora atrás da capital Manaus e duas horas do horário de Brasília.
Partindo de Tabatinga, policiais levam até 11 horas de lancha rápida para chegar a áreas remotas de Tonantins. Para efeito de comparação, esse tempo equivaleria a uma viagem de ida e volta entre São Paulo e Rio de Janeiro de carro.
Porém, às vezes, não é a distância em si que mais dificulta o patrulhamento. Há situações que, após duas horas de lancha rápida, os militares precisam caminhar por cerca de cinco horas em selva fechada para alcançar os criminosos.
Os custos de qualquer operação são elevados. Uma lancha com dois motores em velocidade de cruzeiro pode consumir 100 litros de combustível por hora, e o preço da gasolina e do diesel na região está entre os mais altos do país.
Assim, uma patrulha de pouco mais de seis horas pelo rio Alto Solimões poderia consumir cerca de R$ 5.000 em combustível. Em caso de perseguição em alta velocidade, o consumo dobra.
Além disso, as características do Rio Solimões dificultam a manutenção das embarcações. Sedimentos no rio desgastam os barcos, afiando as quilhas e causando rachaduras nos cascos. O uso de motos aquáticas é pouco recomendado também.
A área do Alto Solimões contempla os municípios de Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.

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