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Tribunal dos EUA mantém multa contra Trump por difamação

Um tribunal de apelações dos Estados Unidos confirmou, nesta segunda-feira (8), a aplicação de uma multa de US$ 83,3 milhões (aproximadamente R$ 450 milhões, conforme a cotação atual) contra o ex-presidente Donald Trump por difamar a escritora E. Jean Carroll, a quem a Justiça reconheceu como vítima de agressão sexual.
O Tribunal de Apelações do Segundo Circuito afirmou que o tribunal de primeira instância agiu corretamente em todas as decisões e que os valores da indenização estabelecida pelo júri são justificáveis diante dos fatos graves e chocantes deste caso.
A decisão, emitida em janeiro de 2024, incluiu US$ 65 milhões em danos punitivos, valores esses que refletem a malícia com que Trump proferiu diversas declarações públicas contra Carroll. Além disso, US$ 7,3 milhões foram destinados a danos compensatórios e US$ 11 milhões para financiar uma iniciativa online que visa reparar a imagem da autora.
Os membros do júri determinaram essa quantia elevada como forma de impedir que Trump continue prejudicando Carroll no futuro. Originalmente, Carroll havia solicitado uma indenização de 10 milhões de dólares por danos morais e profissionais.
Na época dos fatos, Trump utilizou sua rede social Truth Social para publicar mensagens ofensivas contra Carroll, o julgamento e o juiz responsável, a quem qualificou como “uma pessoa extremamente abusiva”.
O tribunal avaliou que a multa determinada pela instância inicial é adequada considerando os aspectos extraordinários e graves do caso. Observou ainda que o júri estava correto ao concluir que Trump só cessaria suas difamações mediante uma penalidade financeira significativa.
Com 81 anos, Carroll alegou que foi difamada quando Trump disse publicamente, em 2019, que ela não correspondia ao seu “tipo”. Durante o julgamento, foi exibida uma declaração de Trump em outubro de 2022, na qual ele confundiu uma foto de Carroll com a de sua ex-esposa, Marla Maples, colocando em dúvida suas afirmações anteriores.
Em um processo separado em 2023, um outro júri federal julgou Trump culpado de agredir sexualmente Carroll em 1996 em um provador de loja e de difamá-la em 2022 ao chamá-la de “uma fraude completa”. Como resultado, ele foi condenado a pagar uma indenização no valor de 5 milhões de dólares.

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