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Tribunal francês condena Sarkozy por financiamento ilegal

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A Justiça francesa decidiu nesta quinta-feira (25) punir o ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy por envolvimento ilegal no financiamento de sua campanha eleitoral em 2007, com recursos provenientes da Líbia. No entanto, ele foi inocentado da acusação de corrupção.

Essa condenação se soma a outras anteriores em que Sarkozy foi declarado culpado por corrupção, tráfico de influência e financiamento ilícito de campanha em 2012, o que resultou na perda da Legião de Honra, a mais alta condecoração francesa.

Sarkozy, que mantém sua inocência, esteve presente durante a leitura da sentença no tribunal de Paris, acompanhado de sua esposa, a modelo, cantora e atriz Carla Bruni-Sarkozy, e três dos seus filhos.

A juíza presidente Nathalie Gavarino afirmou que Sarkozy, hoje com 70 anos, foi responsável por permitir que seus colaboradores próximos atuassem para obter apoio financeiro ilegal.

Ele cumpriu mandato presidencial de 2007 a 2012 e conhecerá a penalidade ao final da audiência.

A acusação recomendou uma pena de sete anos de prisão, considerando Sarkozy o verdadeiro responsável pelo acordo firmado com o falecido ditador líbio Muammar Kadhafi.

Os investigadores suspeitam que em troca do financiamento da campanha de 2007, Kadhafi teria obtido promessas de suporte para melhorar sua imagem internacional, após a Líbia ter sido acusada de atentados terroristas na Escócia e no Níger.

Kadhafi foi deposto e morto por seus opositores em 2011, durante a Primavera Árabe. A França teve papel fundamental na intervenção da Otan, que instituiu uma zona de exclusão aérea e apoiou os rebeldes na Líbia.

Além de Sarkozy, outras 11 pessoas foram processadas. O ex-assessor Claude Guéant foi condenado por corrupção, e o ex-ministro Brice Hortefeux por associação ilícita. O tesoureiro da campanha, Éric Woerth, foi absolvido.

O caso baseia-se em depoimentos de sete antigos dirigentes líbios, viagens à Líbia de Guéant e Hortefeux, transferências financeiras e registros do ex-ministro do Petróleo líbio Shukri Ghanem, que morreu afogado em Viena em 2012.

A sentença recente foi ofuscada pela morte, na terça-feira, do empresário franco-libanês Ziad Takieddine, uma testemunha crucial no caso, que faleceu devido a uma parada cardíaca em Beirute.

Takieddine afirmou anteriormente ter ajudado a entregar milhões de euros a Sarkozy e sua equipe em 2006 e 2007, provenientes de Gaddafi. Posteriormente, ele retirou suas acusações, só para depois reafirmá-las.

Novas investigações foram abertas contra Sarkozy e sua esposa, por suspeita de manipulação de testemunhas.

Histórico de processos judiciais

O ex-presidente enfrenta múltiplos processos: já foi condenado por corrupção e tráfico de influência em um caso de escutas telefônicas ilegais.

Este ano, Sarkozy tornou-se o primeiro ex-chefe de Estado da França a usar uma tornozeleira eletrônica, entre janeiro e maio, obtendo liberdade condicional devido à sua idade. Ele não chegou a ser preso.

O Tribunal de Cassação, principal instância judicial francesa, analisará em 8 de outubro o recurso de Sarkozy relacionado ao caso Bygmalion, envolvendo o financiamento de sua campanha presidencial fracassada em 2012, que resultou em uma sentença de seis meses de prisão.

A despeito das condenações, Sarkozy mantém influência política e mantém contato frequente com o atual presidente, o centro-direitista Emmanuel Macron.

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