O Tribunal Regional do Trabalhou negou em caráter liminar o pedido do governo do Distrito Federal de considerar ilegal as paralisações de rodoviários em protesto por aumento no salário e no tíquete-alimentação. Motoristas e cobradores voltaram a cruzar os braços por três horas nesta sexta-feira (2) para pedir reajuste de 20% – 10% referente a perdas inflacionárias e 10% de ganho real.
Atualmente o salário dos motoristas de transporte público do DF é de R$ 2.121 e dos cobradores, R$ 1.108. O tíquete é de R$ 660. O último reajuste da categoria aconteceu em junho do ano passado, quando houve aumento de 10% no salário e 11% no tíquete alimentação e na cesta básica. Ao todo, o DF tem 12 mil rodoviários.
As assessorias das empresas afirmaram ainda não ter posicionamento a respeito das paralisações. O sindicato afirma que desde abril tenta discutir o aumento com as cinco empresas de transporte público, mas nunca recebeu contraproposta.
A alegação das companhias, de acordo com a entidade, é que elas estão endividadas, porque o governo tem atrasado parte dos repasses, incluindo o voltado a pessoas com deficiência. O GDF negou atrasos e disse que, entre janeiro e abril, repassou R$ 47 milhões às companhias.
Os trabalhadores cobram ainda melhorias na infraestrutura de terminais, incluindo a instalação de banheiros, bebedouros, bancos e locais para descanso. Eles também pedem a entrega dos novos, prontos e não inaugurados: Samambaia Sul, Samambaia Norte e Recanto das Emas. De acordo com Marcos Duarte, a situação é pior nas unidades de Samambaia, Recanto das Emas, Asa Norte e Guará.
“Alguns estão em reforma, mas são muito longas, nunca saem. Enquanto isso os trabalhadores estão jogados em locais sem estrutura. No terminal da Asa Norte, por exemplo, não tem banheiro para os companheiros nem para as companheiras. Instalaram um químico para os homens. E as mulheres, ficam como? Estão excluídas. Elas são mais de 20% da nossa força de trabalho”, afirmou o secretário de comunicação do sindicato, Marcos Duarte.
O sindicato disse que, entre os critérios para escolha dos locais onde ocorrerão as paralisações-relâmpago, estão evitar repetir regiões já contempladas em atos passados e evitar protestos em horário de pico. O objetivo, afirma, é minimizar os problemas para a população.
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