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Trump afirma que paz na Ucrânia está próxima, mas sem novidades

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste domingo (28) que um acordo para pôr fim à invasão da Rússia na Ucrânia está “mais próximo do que nunca”, embora não tenha revelado avanços concretos sobre as complexas questões territoriais após recentes diálogos com os líderes de Moscou e Kiev.

Trump, que prometeu acabar com o conflito logo no início de seu segundo mandato que começou em janeiro, afirmou que em poucas semanas será possível saber se as condições para encerrar a guerra, que já causou dezenas de milhares de mortes desde fevereiro de 2022, estão reunidas.

Em uma rodada diplomática intensa antes do Ano Novo, Trump recebeu o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, na Flórida. Ambos se encontraram com seus principais assessores durante um almoço no domingo, um dia após a Rússia intensificar ataques em áreas residenciais de Kiev.

Assim como na reunião anterior de Trump com Zelensky em outubro, o presidente russo, Vladimir Putin, também manteve uma breve conversa telefônica com o presidente americano, que reafirmou que Moscou está levando a sério o plano de paz.

“Provavelmente estamos mais perto do que nunca com os dois lados”, afirmou Trump ao lado de Zelensky em sua residência em Mar-a-Lago. “Todos desejam que o conflito termine”, acrescentou.

Zelensky ouviu com cautela, demonstrando uma leve dúvida quando Trump disse que Putin deseja ver a Ucrânia prosperar.

“O presidente Putin foi muito generoso ao mostrar disposição para o sucesso da Ucrânia, oferecendo energia, eletricidade e outros recursos a preços baixos”, disse Trump.

Zelensky tem sido cuidadoso para não antagonizar Trump, lembrando da difícil reunião na Casa Branca em 28 de fevereiro, quando confrontou o republicano e presenciou a suspensão temporária de apoio vital de Washington.

Diálogo com líderes europeus

Após o encontro, Zelensky e Trump participaram de uma teleconferência com dirigentes europeus, que manifestam receio em relação a decisões que possam favorecer a Rússia.

Zelensky falou da possibilidade de retornar a Washington junto com os líderes europeus para novas conversas em janeiro.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou neste segunda-feira em sua rede social uma reunião de aliados da Ucrânia em Paris, no começo de janeiro.

“Estamos avançando nas garantias de segurança, essenciais para construir uma paz justa e duradoura”, declarou o mandatário francês.

Trump reconheceu a discordância persistente entre Kiev e Moscou sobre o território.

O plano atual, revisado após semanas de negociações intensas entre os Estados Unidos e a Ucrânia, prevê a suspensão dos combates nas linhas atuais na região do Donbass e a criação de uma zona desmilitarizada. Porém, a Rússia exige concessões territoriais.

“Ainda não está resolvido, mas estamos avançando bastante. É um assunto muito complexo, mas acredito que será solucionado”, disse Trump sobre o Donbass. Ele também mencionou a possibilidade de discursar para o parlamento ucraniano para apoiar seu plano de paz, uma ideia rapidamente aceita por Zelensky.

O presidente ucraniano tem demonstrado abertura ao plano revisado de Washington, o que representa até agora o reconhecimento mais explícito por parte de Kiev sobre possíveis concessões territoriais – que deveriam ser aprovadas por referendo pelos eleitores ucranianos.

Entretanto, a Rússia ainda não mostrou sinais claros de compromisso e observa os avanços militares que acumulou nos últimos quatro anos contra as defesas ucranianas com otimismo.

Antes do encontro em Mar-a-Lago, o Kremlin pediu que a Ucrânia tome uma decisão corajosa para retirar suas tropas do leste do Donbass e assim pôr fim ao conflito. Além disso, acusa os líderes europeus de bloquearem a paz.

“Para acabar com o conflito, Kiev deve decidir com coragem. Seria prudente fazer isso sem demora sobre o Donbass”, afirmou o conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov.

Garantias de segurança

Os assessores de Trump já consideraram oferecer à Ucrânia garantias de segurança semelhantes às da Otan, que em tese implicariam em resposta militar dos membros da aliança caso a Rússia atacasse novamente.

Zelensky chegou a dizer que o plano proposto por Trump estava “90% acordado” e que as garantias de segurança entre os Estados Unidos e a Ucrânia estavam “100% acordadas”.

A Rússia, entretanto, rejeita a possibilidade da Ucrânia integrar a Otan. Em seu ataque mais recente com drones e mísseis, a Rússia deixou centenas de milhares de ucranianos sem eletricidade e aquecimento em meio a uma forte onda de frio.

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