Trump ameaça sancionar Rússia após ataque aéreo pesado na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou no domingo a intenção de adotar sanções adicionais contra a Rússia, depois do maior ataque aéreo realizado por Moscou contra a Ucrânia desde o início do conflito.

Na madrugada do domingo, uma série de ataques com drones e mísseis russos deixou ao menos seis mortos em diferentes localidades ucranianas e causou um incêndio no prédio do governo em Kiev.

Trump expressou descontentamento com o evento e confirmou, ao ser questionado na Casa Branca, que está disposto a impor novas sanções a Moscou.

Diante da grandeza do ataque, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, destacou a importância de uma resposta firme dos Estados Unidos.

“É fundamental que os aliados apresentem uma reação global a esse ataque”, afirmou Zelensky em sua mensagem diária nas redes sociais.

A ofensiva da Rússia foi intensificada após uma cúpula no Alasca em 15 de agosto entre Vladimir Putin e Donald Trump, sem avanços em relação a um cessar-fogo.

O ataque à sede governamental em Kiev, um grande complexo no centro da cidade, foi o primeiro desse tipo em mais de três anos de conflito. Zelensky alertou que essa ação apenas prolongará o confronto.

Um jornalista da AFP presenciou chamas no topo do edifício onde se reúne o conselho de ministros ucraniano e notar fumaça em outras partes da capital.

“Pela primeira vez, o teto e os andares superiores foram atingidos por um ataque inimigo”, afirmou a primeira-ministra ucraniana, Yulia Sviridenko, pelo Telegram.

Ela também informou que não houve vítimas no edifício. Os serviços de emergência anunciaram que o incêndio foi controlado no início da tarde.

O ataque danificou ainda vários edifícios altos em Kiev, conforme relatos dos serviços de emergência.

De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, a ofensiva contou com mais de 800 drones e 13 mísseis, configurando a maior operação aérea russa desde fevereiro de 2022.

Moscou mantém sua postura ofensiva, exigindo que a Ucrânia ceda mais territórios e abandone o apoio ocidental.

Atualmente, as forças russas ocupam cerca de 20% do território ucraniano.

Os ataques na capital causaram a morte de pelo menos três pessoas, entre elas uma mãe e seu bebê de dois meses em um prédio residencial no oeste da cidade, segundo autoridades locais.

Mais de 20 pessoas ficaram feridas, incluindo uma mulher grávida que teve um parto prematuro e luta pela sua vida e a do bebê.

Na região leste e sudeste do país, três pessoas morreram e diversas ficaram feridas durante ataques noturnos, de acordo com fontes oficiais.

Ao comentar o ataque, o presidente ucraniano qualificou as mortes como um ato criminoso que prolonga o conflito, ressaltando que a diplomacia deveria ter sido iniciada há muito tempo.

Zelensky também mencionou uma conversa telefônica com o presidente francês, Emmanuel Macron, que prometeu ajudar a Ucrânia a reforçar sua defesa.

Nas redes sociais, Macron condenou o ataque e afirmou que a Rússia está cada vez mais presa à lógica do conflito e do terror.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou à NBC que o país está preparado para intensificar a pressão sobre a Rússia, porém ressaltou a necessidade de apoio dos parceiros europeus.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também repudiaram o ataque.

Diversas nações europeias, lideradas pela França e Reino Unido, se comprometeram recentemente a fornecer garantias de segurança à Ucrânia no caso de um acordo de paz, o que a Rússia considera inaceitável.